Alfabetização reforça autonomia e interação

Brincadeiras também ajudam as crianças nesta importante fase do aprendizado

A psicopedagoga Maria Célia Montagna de Assumpção, autora dos materiais de Educação Infantil e do primeiro ano do Ensino Fundamental do Sistema Anglo de Ensino, afirma que há um consenso no sentido de entender as necessidades das crianças com base em dois eixos: interações e brincadeiras.

Isso é possível por meio de trabalho com o corpo, linguagens, a partir da observação de todo o ambiente ao seu redor.

“Cabe à escola propiciar estas situações, pois a criança aprende por meio da experiência e não só pelo treino, diz Maria Célia.

Para a orientadora pedagógica do 1º ano do Ensino Fundamental do Colégio Santa Maria, Sueli Gomes, é durante a brincadeira que ocorre a articulação entre o dado e o novo, entre a experiência e a memória (pela imaginação), entre a realidade e a fantasia. “As crianças planejam, negociam, discutem, se comunicam, atuam em um tempo e espaço sociais enquanto brincam. E, assim, vão construindo seus sistemas simbólicos”, diz Sueli.

Já a coordenadora do Infantil ao primeiro ano do colégio Sagrado Coração de Jesus, Cithia Murer, ressalta que não há idade preestabelecida para a alfabetização, pois entende-se que é um processo que começa desde o primeiro contato com o mundo da leitura e da escrita.

“Ela ocorre desde quando as crianças são pequenas, quando ouvem as primeiras histórias, quando começam a se comunicar, quando veem as pessoas lendo e escrevendo. Geralmente, nas escolas, esse processo é sistematizado por volta dos 6 anos, mas as crianças chegam a essa idade já sabendo muitas coisas sobre ler e escrever e este deve ser um ponto de partida.”, explica Cithia.

O papel da família é fundamental

A família é a base da sociedade e cabe aos pais o papel fundametal a educação dos filhos. Eles são os primeiros educadores e, desde o início, estão incumbidos do sustento material, cultural e espiritual das crianças.

Quanto à alfabetização, a psicopedagoga Maria Célia Montagna de Assumpção diz que “os pais podem estimular e ajudar no processo de contato com a linguagem escrita, por meio de leitura de livros de história, listas de supermercado e até panfletos de pizza. O mais importante é que eles participem de todo esse ambiente.”

Fonte: Revista da Folha – Folha de S.Paulo, p. 55-56, setembro de 2016.