Bullying: Como combater a violência dentro das salas de aula?

Atos de agressão entre alunos exige medidas de pais e educadores

Dentro das escolas, junto aos amigos, nem sempre o aluno age da mesma forma do que dentro de casa. Crianças tímidas podem se tornar extrovertidas, as mais expansivas podem se conter sem a presença dos familiares. Mas, como lidar quando um aluno se torna agressivo dentro da escola, desrespeitando os outros estudantes. Quais atitudes devem ser tomadas ao presenciar a prática de bullying?

Segundo a lei sancionada em 2015, bullying é todo ato de agressão física ou psicológica intencional e repetitiva contra um indivíduo ou grupo. A lei foi criada após o crescimento alarmante das agressões: Dados do último PISA revelam que, no Brasil, um em cada dez estudantes é vítima frequente de bullying nas escolas.  O principal motivo das agressões é a aparência física da vítima.

Segundo Bárbara de Souza, psicóloga do Anglo, os principais motivos que levam alguém a cometer bullying surgem a partir da falta de compreensão do estudante: “Acredito que isso ocorre devido a não compreensão ou aceitação das diferenças como aspectos naturais e inerentes às pessoas. Os alunos acabam colocando aquilo que é visto como divergente no alvo de desqualificação, humilhação e ataques, visando, pela via da opressão, a manutenção de um determinado padrão normativo ou mais familiar.”

Um dos principais problemas ligados à intimidação sistemática é o fato de que o bullying, normalmente, não consegue ser combatido pela vítima, o que a leva ao isolamento. “Precisamos ensinar nossas crianças que se sentir ameaçado e com medo, não é o normal… Não raro a vítima de bullying sofrer calada e sozinha, muitas vezes achando que ‘as agressões se justificam’… Lembrando que o bullying não é um problema isolado, de uma criança, e sim da instituição como um todo e que a mesma é responsável pela manutenção da situação, caso isso aconteça.”, diz a psicóloga.

Traumas futuros

Além do isolamento, o bullying pode causar traumas profundos na vida da vítima. “São muitos os efeitos e, na maioria dos casos, negativos. Dificuldades de adaptação e interação social, baixo desempenho escolar e queda na aprendizagem, insegurança e baixa autoestima”, comenta Bárbara.

Contudo, o combate a tais agressões é possível. A psicóloga aponta que a resposta está no ensino e na comunicação, sempre com acompanhamento. “Devemos educar nossas crianças com valores de respeito, solidariedade, compaixão e cooperação. É necessário trabalhar desde cedo a aceitação e valorização das diferenças, visando a integração de padrões diversos ao repertório infantil inicial, enriquecendo as representações familiares, sociais. Uma criança não aprende sozinha a respeitar e conviver de forma harmônica com os outros e suas singularidades se não tiver esse aprendizado favorecido em suas relações desde cedo. Também é importante manter o diálogo aberto e claro sobre os problemas que estão acontecendo”, finaliza a psicóloga.

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