Palestra sobre cães-guia termina em lição sobre cidadania

 

Estudantes aprendem sobre a dificuldade da adestração desses animais no Brasil

Segundo o IBGE, no Brasil existem aproximadamente seis milhões de deficientes visuais, um número considerável em um país com cerca de 207 milhões de habitantes. Contudo, o número de cães-guia, cachorros treinados para o auxílio dessas pessoas, conduzindo-as no dia a dia, é pequeno: são 160 animais adestrados no país inteiro, segundo o Instituto Magnus, que que trabalha com a preparação desses cães. Para conscientizar os alunos do Colégio Monteiro Lobato, de Piedade (SP), sobre a necessidade de aumento desse número, foi organizada uma palestra com adestradores.

As palestras ocorreram nos períodos da manhã e da tarde e tiveram uma ótima aceitação por parte dos alunos. “O treino de cães-guia no Brasil é recente, então esses dados geram espanto. A conscientização é de extrema importância, as pessoas precisam saber o quão caro e demorado é treinar um cachorro”, conta Sônia Soluna, organizadora do projeto.

Antes de começar a adestração, os animais passam por uma seleção. Raças como Golden Retriever e Labradores são preferíveis e o processo pode variar dependendo da área de atuação do cachorro. “A escolha do cão segue muitos critérios, por exemplo, aquele que atua em Piedade não vai ser o mesmo de São Paulo, isso por conta do estresse ao qual o cachorro será exposto”, diz a organizadora.

Após essa seleção vem a parte principal do adestramento, a adoção do cachorro por parte de uma família. Sônia explica que essa adoção temporária tem o propósito de incluir o cachorro na sociedade: “A família adotiva tem que levar o cão aonde for, cinema, restaurante, viagem, eles possuem autorização para tal. O intuito é que o animal aprenda a viver em sociedade. Ele terá um acompanhamento do adestrador duas vezes por semana e ao final de um ano sairá da família para que possa ser doado a alguém que precisa”.

A aula sobre adestramento cumpriu seu propósito de conscientizar os alunos, indo além, gerando curiosidade e até mesmo voluntários. “A palestra foi uma aula de cidadania, os estudantes saíram de lá com outro olhar, muitos alunos levaram panfletos para casa, com a intenção de adoção”, finaliza Sônia.

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