Projeto multidisciplinar reflete sobre as consequências do desastre de Mariana

Trabalho interdisciplinar foi desenvolvido ao longo do ano pelos alunos de Bariri

No dia 5 de novembro de 2015, a barragem de Fundão, localizada no município de Mariana (MG), se rompeu, provocando o vazamento de 62 bilhões de litros de água e rejeitos de mineração, destruindo o distrito de Bento Rodrigues e causando danos ecológicos irreparáveis.

Com esse desastre em mente, os alunos do 1º e 2º ano do Ensino Médio, do COEBA, Bariri (SP), realizaram um projeto ao longo de 2017, que terminou com uma apresentação envolvendo todas as séries da escola.

O trabalho consistiu, primeiramente, em pesquisas focadas em matérias diferentes. O caráter interdisciplinar foi abordado na apresentação, onde alunos explicavam o tema relacionado ao desastre – por exemplo, em Química, estudantes falaram sobre os metais pesados envolvidos nos rejeitos de mineração.

Regina Farah, coordenadora do COEBA, conta que o projeto surgiu com uma reportagem: “Após a leitura de uma matéria no início do ano, nós decidimos usar o desastre de Mariana como tema desse grande trabalho, que não só pede dedicação dos alunos, mas também desperta neles uma conscientização sobre o meio ambiente e a política nacional, além de abrir os olhos para esses desastres industriais”.

No dia da apresentação, a entrada da escola formava um túnel com o histórico do evento. As paredes foram cobertas de tecidos manchados de barro e nelas foram instalados quadros pintados pelo Ensino Infantil, com tinta feita de barro. “Nós escolhemos o barro como elemento principal para o trabalho, pois ele representa toda a destruição de Mariana”, diz Regina.

Os estudantes do primeiro ano do Ensino Médio construíram um modelo de casa, uma representação do que ocorreu após o desastre, com móveis revirados e barro em todo o ambiente. No centro, uma televisão exibia notícias sobre o ocorrido.

No teatro, alunos encenaram uma peça sobre o desastre e a banda da escola tocou uma música composta pelos mesmos. O ponto final do trabalho foi representado por um mural no qual os expectadores escreviam usando tinta de barro o que sentiram e captaram da noite que acabaram de vivenciar.

“Os alunos vivenciaram algo emocionante e fizeram com que aqueles que os assistiam sentissem o mesmo. Quando você liga para a cidade de Mariana para pegar as informações que precisa, quando você vive a tragédia, é algo que emociona a todos”, finaliza Regina.

Se você é aluno, professor, gestor ou faz parte de alguma escola da rede Anglo, venha nos contar o que você faz para inspirar as pessoas ao seu redor. Envie-nos a sua história.

 

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