Português e Redação terão ainda mais peso na Fuvest

Prova que seleciona universitários da USP terá um dia a menos a partir da próxima edição

No início do ano, a Fuvest (Fundação Vestibular) anunciou alterações significativas no processo seletivo. A principal mudança, a ser implantada já na próxima edição, que começa no dia 25 de novembro, é a diminuição da segunda fase de três para dois dias. Com menos questões, o peso de português e redação aumenta consideravelmente.

“A partir do vestibular Fuvest 2019, todos os candidatos farão somente duas provas na segunda fase: a de português e redação, que permanece igual aos vestibulares anteriores, e a de disciplinas específicas. Nessa prova específica, a quantidade de disciplinas requerida passou de duas a três para duas a quatro, a critério de cada unidade da USP”, afirma a Fuvest.

Para o professor de português do Anglo, Henrique Braga, que também é doutor em Língua Portuguesa pelo DLCV-USP, a mudança exige maior atenção dos estudantes sobre as obras literárias exigidas no exame. “Elas têm peso relevante tanto na primeira quanto na segunda fase. As outras questões, que não abordam necessariamente o texto literário, também têm a leitura como foco. As de gramática são sempre contextualizadas, jamais soltas, nunca é a regra pela regra. A dica é não se preocupar só em memorizar os assuntos. Aliás, tomar contato com as questões anteriores, olhar provas antigas para entender a aplicação da gramática no contexto vale muito a pena”, diz o professor.

Sobre a redação, Braga indica começar a preparação o quanto antes. “A prática de redação é muitas vezes deixada de lado pelo aluno porque a produção de texto é exigida apenas na segunda fase. Mas é preciso entender que redação é algo que se melhora processualmente. A melhora é lenta e cada meio ponto a mais faz a diferença entre a aprovação e a não aprovação. Por isso é melhor treinar desde já”, aconselha o professor.

Enem

O Exame Nacional do Ensino Médio também indica que dará mais ênfase nas disciplinas de Português e Matemática. O Inep, autarquia do governo federal responsável pela prova, anunciou que as questões irão dialogar com a nova Base Nacional Curricular Comum do Ensino Médio, já sancionada e a espera do lançamento oficial.

Henrique Braga lembra, porém, que, no Sisu (Sistema de Seleção Unificada), quem decide o peso de cada área é a instituição de ensino, e não o Inep. “O Enem reforça a importância das linguagens. Ele foi o primeiro exame a fazer questões mais contextualizadas, com situações problemas envolvendo diversas áreas do conhecimento. Essa tendência será mantida”, conclui.

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