Design thinking usa empatia e colaboração na resolução de problemas

Abordagem, já aplicada em escolas, prevê a busca de soluções por meio da participação dos envolvidos e da experimentação, em que o erro é considerado parte da aprendizagem

O design thinking é uma abordagem para a resolução de problemas que, nos últimos tempos, tem sido usada no ambiente escolar. Ela tem como base a empatia, a colaboração e a experimentação, e a sua denominação está relacionada à maneira como os designers atuam na busca de soluções, com foco no usuário, na funcionalidade e na criatividade. 

Fábio Aviles, um dos autores do Guia de Metodologias Ativas do Sistema Anglo, disponível gratuitamente desde maio deste ano para professores de todo o país, diz que essa abordagem costuma ser aplicada em situações em que se busca uma solução para um problema complexo e na qual não há uma única resposta correta.

“Por exemplo, quando se discute como fazer o retorno para a escola presencial após a quarentena, o objetivo não é chegar a uma resposta certa ou única porque, talvez, ela nem exista. É preciso ter um olhar empático que considere todos os atores envolvidos no processo — alunos, professores, pessoal da manutenção, da limpeza etc — e trabalhar em etapas que vão permitir discussão, trabalho colaborativo e muita experimentação na busca da solução”, afirma Aviles, que também é autor dos Itinerários Formativos do Ensino Médio do Sistema Anglo. 

Ele explica que essas etapas são cinco: descoberta, interpretação, ideação, experimentação e evolução. A descoberta diz respeito ao desafio que está posto, no exemplo citado, o de voltar para as aulas presenciais. A questão deve ser tratada de modo empático e colaborativo, o que significa, por exemplo, conversar com os envolvidos e ver o ponto de vista de cada um, pois a solução tem que funcionar para todos. Esse processo vai gerando inputs, informações, que vão contribuir para o entendimento de todas as dimensões do problema. 

Com o levantamento desses dados, passa-se para a outra fase, que é a interpretação dessas informações, o que costuma gerar muitas ideias. Na etapa seguinte, a ideação, acontece a apresentação e o compartilhamento das diferentes propostas, nesse momento sem filtros ou limitações. Posteriormente, elas vão sendo afinadas e reduzidas a aquelas que têm mais condições de serem colocadas em prática. Na fase seguinte, a experimentação, as ideias serão testadas, e os erros são considerados parte importante do processo, pois permitem ter novas informações. Na fase final, evolução, as ideias são colocadas em prática, e as respostas obtidas servem para ajustar e aprimorar o processo e chegar à solução.

A aplicação nas escolas, segundo Aviles, depende do problema a ser resolvido. Pode ser desde diminuir o número de alunos que ficam em recuperação, como melhorar a comunicação com os pais até implantar a coleta seletiva em toda a instituição. Aviles também cita uma situação que ocorreu em uma escola parceira do Sistema Anglo, em que os alunos do Ensino Fundamental II queriam fazer uma tarde cultural, mas não sabiam como organizá-la. Usando o método, conseguiram realizar o evento, que contou com mais de 35 apresentações. 

Para ele, essa abordagem permite que os alunos aprendam por meio dos problemas que têm que resolver e possam experimentar livremente, o que numa situação mais tradicional de aprendizagem, como uma prova, não há essa oportunidade da experimentação. “Outras vantagens são considerar o erro como parte do aprendizado e o desenvolvimento de um olhar mais empático”, finaliza o autor. 

O Guia de Metodologias Ativas do Sistema Anglo pode ser conferido no link.

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