Enem e vestibulares digitais: como se preparar para as provas

Exames anteriores devem ser norteadores do estudo, tanto para o Exame Nacional do Ensino Médio, cujo formato eletrônico será aplicado em 2021, como para os vestibulares online, realizados em casa

Com o isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus, algumas instituições de ensino superior vão realizar o seu vestibular de meio de ano de forma online. O Enem também terá a sua primeira versão digital — as datas das provas (10 e 17 de janeiro; 24 e 31 de janeiro; ou 16 e 23 de maio de 2021) serão definidas por meio de uma enquete com os inscritos, aplicada entre os dias 20 e 30 de junho.

Por se tratar de uma novidade, as provas digitais costumam suscitar muitas dúvidas e expectativa nos estudantes, principalmente sobre como se preparar para esse formato de exame, sobretudo em disciplinas de exatas, como Matemática.

Em relação ao Enem, as mudanças nesse sentido não devem ser significativas, uma vez o candidato não fará a prova em casa. O participante que fez a opção pelo modelo digital, que estava disponível apenas para alguns municípios brasileiros, precisará se deslocar para os locais de prova determinados, seguindo as mesmas regras do exame presencial. A mudança diz respeito apenas ao suporte das questões da prova. Assim, a preparação do candidato para o exame, bem como a abordagem das matérias no formato digital, não deverá sofrer alteração.

Para os outros vestibulares em que os candidatos farão a prova em casa, Thales Athanásio, autor de matemática do Sistema Anglo, alerta que não, necessariamente, isso significa alguma vantagem ou facilidade. Segundo ele, deve haver uma uma forma de verificar se o candidato está sozinho ou não durante a realização da prova — por exemplo, com a exigência de deixar a câmera e o microfone abertos durante 100% do tempo, para inviabilizar uma consulta ou ajuda externa

Outra situação que pode acontecer no exame online na residência do estudante é a impossibilidade de voltar numa questão, exatamente para o candidato não saber o que lhe espera. “Às vezes, no momento que se está resolvendo a questão, o aluno não tem o raciocínio necessário, mas, depois, pode vir a ideia de como fazer. Se não tiver como voltar, como é possível numa prova presencial, as coisas mudam um pouco”, observa Thales. 

Fazer a prova em casa, de acordo com ele, também significa lidar com todo o aparato tecnológico necessário e se responsabilizar por eventuais problemas. “Se a internet cair ou a energia acabar, é o estudante que vai ter que correr atrás disso. No modo presencial, isso também pode acontecer, mas não seria problema do candidato.”

Uma sugestão que o autor dá, para o Enem e vestibulares em geral, é pegar provas antigas, baixá-las em pdf e fazê-las tendo o suporte do computador, apenas com o uso do mouse para marcar a alternativa correta e uma folha de papel em branco para rascunho. É importante considerar o mesmo tempo da realização da prova, pois a ideia é treinar nas mesmas condições. “Todos os colégios e cursinhos fazem simulados justamente com o intuito de reproduzir a situação como vai ser na hora da prova. Acho que vale a pena seguir por esse caminho.”

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