Denúncias sobre casos de injúria racial são as que mais foram recebidas pelo Disque 100, canal da Secretaria de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, no ano passado. De acordo com o veículo O Estado de S. Paulo, nos últimos três anos, foram registrados mais de mil casos.
A reflexão sobre o assunto se fez necessária pelo olhar da professora Viviane Oliveira, do Centro Educacional Leone de Almeida, em Angra dos Reis – RJ. “O objetivo era entender a questão racial desde os tempos mais primórdios e relacionar com a realidade do Brasil atual”, explica.
Viviane desenvolveu o Teatro da Abolição, com a participação dos seus alunos do 5º ano. A professora, além de incentivar sua turma a estudar sobre preconceitos, também aproveitou o gancho dos materiais didáticos. “Eles haviam acabado de aprender sobre a época escravagista. Achei interessante nos aprofundarmos mais no tema”, conta.
A peça consistia em um diálogo entre mãe e filho, no qual a mãe explicava sobre a escravatura e as relações com os direitos dos negros no Brasil. A partir daí, outros personagens apareciam para encenar cada ponto explicado pela mãe.
Aberta para todas as turmas da escola, a peça também pautou a importância da cultura negra no país. “A turma toda colaborou. Eles realmente abraçaram a causa e se empenharam desde o início para decorar as falas, arrumar o cenário etc. Fiquei muito satisfeita com o trabalho”, afirma.
Para Viviane, a mobilização da classe foi inspiradora. “Com certeza faremos outros teatros sobre outros temas históricos. Eles se dedicam muito mais quando trabalham em equipe”, conclui.