Espetáculo sobre violências presenciadas pelos jovens é forma de informar e prevenir
A adolescência é permeada de questionamentos e viver essa fase de descobertas de novas amizades, namoros e preparação para o vestibular é desgastante e, às vezes, prejudicial à saúde. Pode ser difícil distinguir atitudes típicas dos adolescentes com algo mais grave, por isso, é necessária a atenção constante das escolas e da família – Para se ter uma ideia, em 12 anos, a taxa de suicídios entre jovens de 15 a 29 anos subiu quase 10%. Os números são do Mapa da Violência 2017, estudo do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.
Com base nisso, o grupo de teatro do Colégio Barão de Mauá, em Mauá (SP), organizou uma peça chamada “Violências”, que trouxe ao público uma apresentação sobre as pressões sofridas pelos adolescentes, seja na escola, em público ou em casa, e que poderiam levar a um fim trágico, o suicídio.
Formada por estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, a equipe teve a ideia a partir de um exercício que pedia uma situação polêmica para a produção de uma curta encenação. O tema escolhido foi o suicídio entre jovens.
“A partir da temática apresentada iniciamos uma discussão sobre possíveis causas para o suicídio e buscamos, a partir de exercícios em aula, configurar imagens que retratassem essas causas. Na época, compartilhei com a turma o depoimento de uma jovem nas redes sociais, falando sobre depressão. Com as imagens suscitadas pelo depoimento, fechamos uma cena com cinco minutos de duração.”, conta Vivian Darini, professora de teatro do colégio.
A peça foi apresentada em cinco momentos, cada um captando um tipo de agressão presenciada pelos jovens: violência no dia a dia (trânsito, assaltos, assédio no transporte público), violência na escola (bullying), violência na família (falta de comunicação entre pais e filhos), violência entre casais (relacionamentos abusivos) e, por fim, a cena que abriu o espetáculo, demonstrando que a violência pode atingir níveis alarmantes, levando ao suicídio.
Ao final da cena, o trabalho cumpriu seu objetivo. “O projeto, enquanto forma de prevenção, é contínuo. Mas tanto para aqueles que participaram da construção e encenação, quanto para os que assistiram, percebemos que houve grande comoção, de alguma maneira ocorreram identificações, com alguma das situações apresentadas. Após a apresentação, muitos alunos se interessaram em participar das aulas de teatro, o que também demonstra o reconhecimento desse espaço como uma possibilidade de expressão, um local de posicionamento. “, termina Vivian, satisfeita com o resultado alcançado.
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