O projeto deu tão certo que foi ampliado para atender desde o 1º até o 5º ano

A professora Daniela Kikuti de Azevedo, do Colégio Progresso de Guarulhos (SP) foi a mentora do 4º ano para a executar um projeto a ser apresentado na Feira de Linguagem e Cidadania, que acontece todos os anos na escola. Azevedo optou por trazer o tema da inclusão e passou a ensinar os alunos a linguagem de libras.

Para que as crianças pudessem se ambientar, o trabalho foi iniciado com a contextualização do assunto, como por exemplo pela exibição de vídeos de pessoas surdas. Os estudantes também foram instruídos a pesquisar sobre as dificuldades, as leis específicas, e as lutas enfrentadas por esse grupo. Conforme foram ganhando conhecimentos, os pequenos aprenderam o alfabeto, a fazer sinais e posteriormente estavam aptos a elaborar perguntas do dia a dia por meio de sinais mais complexos.

O projeto fez tanto sucesso junto às crianças que Azevedo foi convidada a expandir e dar aulas desde o 1º até o 5º ano do Ensino Fundamental. “É muito gratificante para mim como tia de surdo e como professora” fala com satisfação Azevedo. A coordenadora do projeto tem um sobrinho surdo que mora no Japão, mas o despertar pelo estudo de libras se deu depois de trabalhar em uma outra empresa com uma pessoa surda. Como não era possível estabelecer uma comunicação, foi oferecido um curso aos interessados. A professora não apenas o fez, mas deu continuidade aos estudos na licenciatura de letras. “Eu não sou intérprete, mas já estou fazendo pós em libras. O gesto é uma língua, tem gramática, tem uma sequência, tem verbos, tudo o que uma língua tem.”

Em novembro, na apresentação da Feira de Linguagem e Cidadania todo esforço feito ao longo do ano foi recompensado. Um momento marcante no dia foi quando os alunos puderam conversar com um visitante surdo. Dessa forma, o trabalho cumpre com o objetivo de quebrar uma barreira e incluir pessoas com deficiência auditiva, ou seja, a comunicação foi estabelecida.

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