Entenda os aspectos centrais do tema e no que implicam as recentes mudanças aprovadas pelo MEC
*Por Cristina Tempesta
A criança entra em contato com a escrita desde o seu nascimento, pois nele já ganha uma pulseira com o seu nome grafado. Ao chegar na escola, já passou por várias experiências com o mundo letrado, mas sem uma intencionalidade de ensinar e aprender.
Ao chegar na escola, por meio de jogos e brincadeiras envolvendo a escrita os professores continuam a trabalhar com a funcionalidade do saber ler e escrever, mas agora com a intencionalidade de levar a criança a aprender a ler e a escrever. Na rotina escolar a presença das letras e das palavras no universo dos pequenos começa a ser evidenciada. Reconhecer o alfabeto, o registro do próprio nome e de pessoas próximas, faz com que a escrita comece definitivamente a fazer parte do mundo deles.
De acordo com as diretrizes do MEC, os alunos devem ser alfabetizados até o final do 2º ano. Isso exige da escola planejamento, controle do tempo e proposição de situações que promovam a alfabetização.
A alfabetização ocorre justamente quando o estudante adquire a habilidade de ler com compreensão e escrever com intencionalidade as palavras que representam nomes de objetos, ideias, coisas, seres e sentimentos. É quando ele consegue traduzir, em escrita, o que pensa. Ao concluir a alfabetização, é necessário, no entanto, entender que existe um modo correto de registrar as palavras. As pessoas não escrevem como acham, mas sim como devem ou precisam, é o que a Base denomina ortografização.
Para se alfabetizar, existe uma gama significativa de métodos: silábico, global, sintético, analítico, entre outros. E todos eles convivem em diferentes escolas, estados ou regiões. Um professor alfabetiza seus alunos de acordo com os recursos de que dispõe, acredita e sabe aplicar. Além dos métodos existem os pressupostos, que fundamentam ações e escolhas de atividades em sala se aula, como é o caso da ideia de alfabetização fônica e a ideia construtivista. Esses dois não são métodos, mas sim ideias que fundamentam as ações que são escolhidas para levar os alunos a dominarem a escrita e a leitura.
É importante ressaltar que não há vantagens e desvantagens em uma ou outra forma de se trabalhar a alfabetização. O que precisa é que a escola tenha clareza sobre quais são os seus pressupostos e a partir deles traçar seu planejamento, escolher suas estratégias e definir o uso que será feito dos instrumentos que os seus profissionais irão utilizar para promover a alfabetização dos alunos.
Como funciona no Sistema Anglo de Ensino?
O Anglo assume a relação estreita entre alfabetização e letramento, mas respeita suas especificidades. É importante que o aluno se alfabetize sem se afastar do letramento, mas as atividades para um e outro processo são diferentes e próprias.
O letramento é mais forte na Educação Infantil, para que os alunos compreendam os usos sociais e reconheçam algumas características da escrita de forma lúdica, como demanda a faixa etária. A partir do 1º ano essas ideias se mantêm, mas também são incorporados conhecimentos sobre alfabetização, quando o aluno será levado a desenvolver a consciência fonológica para poder ler, compreender e escrever com intencionalidade e autonomia.
As ideias da BNCC alcançaram muito do trabalho que o Anglo vinha praticando há alguns anos. E como sempre fizemos, continuamos revendo os materiais ano a ano, não apenas porque a Base sinaliza mudanças. Os usuários do Anglo já têm em mãos material atualizado, denso, organizado e adequado às demandas da BNCC no que tange à alfabetização.
*Cristina Tempesta é autora no Sistema Anglo de Ensino.