Escola deve saber usar as novidades tecnológicas em favor da gestão e do aprendizado dos estudantes
Se a educação é um processo de inserção social, para uma gestão escolar bem-sucedida é preciso estar de olho na sociedade. E estamos vivendo um momento de transição, em que tudo muda muito rapidamente. A revolução tecnológica nos traz informações e novidades o tempo todo, o que demanda a necessidade de atualização constante.
Para Nilza Souza Popic, assessora pedagógica do Sistema Anglo, diante desse cenário, os gestores devem investir em tecnologia, não apenas para a aquisição de equipamentos, como computadores e softwares, mas, principalmente, na formação dos profissionais que vão lidar com isso. “De nada adianta um laboratório maravilhoso se o professor não tem formação para usá-lo adequadamente no processo educacional, de modo a favorecer o aprendizado dos alunos”, afirma.
Com a tecnologia, a geração de dados e a possibilidade de análise também representam ganhos fundamentais para o gestor. Hoje, a partir dos dados levantados em correções de provas, por exemplo, é possível obter inúmeras informações, como índice de acerto por questão, por disciplina, por área, como um determinada escola está posicionada em relação às outras etc. “Dá para criar um mapa de necessidades, trabalhar essas questões e traçar novos rumos para a gestão”, diz Nilza.
“Até um tempo atrás, atuávamos muito na base do feeling. Nos conselhos de classe, por exemplo, as discussões eram embasadas nos relatos e opiniões dos professores, muitas vezes permeados por questões emocionais e/ou incompletas devido a falhas em registros anteriores. Hoje, com os recursos tecnológicos, conseguimos ter um perfil mais próximo do real”, conta a assessora.
Outra mudança que ela destaca refere-se às avaliações, que eram aplicadas, corrigidas e devolvidas aos alunos, com grande tempo decorrido, às vezes, somente no final do bimestre. Muitas vezes, o aluno nem se recordava de que havia realizado a prova, e a nota, assim como os acertos e os erros, não tinham mais significado para ele. Para o professor, que corrigia as avaliações com tanta defasagem de tempo, restava seguir com o conteúdo de sala de aula, sem saber se os alunos haviam assimilado o ponto anterior ou não, ou se era necessária alguma retomada ou correção de rumo do trabalho anteriormente planejado.
“Com a agilidade nas correções das avaliações e os resultados sendo comparados e encaminhados às escolas em tempo mínimo, construímos o Ciclo de Melhoria de Aprendizagem do Anglo, metodologia criada por Walter A. Shewhart, utilizada normalmente nas empresas”, ressalta. “Esse método auxilia a organização na busca pela melhoria contínua. Integramos nossas soluções e evoluímos a nossa oferta de recursos para contribuir, ainda mais, para o desenvolvimento das nossa escolas parceiras, dos alunos, dos professores e dos gestores pedagógicos”, afirma.
Outro desafio para os gestores, segundo Nilza, é em relação à comunicação com as famílias. De acordo com ela, de modo geral, os pais têm como referência a educação que vivenciaram décadas atrás e podem não compreender as mudanças que estão ocorrendo no ensino e as características dessa nova geração. Os nativos digitais não têm muito tempo de concentração e nem os mesmos canais de contato que os professores e pais. “O gestor também precisa saber interagir assertivamente com os pais e trabalhar essa dicotomia que existe entre o que família quer e o que o aluno deseja em relação à educação”, diz.