Natan de Oliveira, de 16 anos, integra grupo de estudantes que desenvolveu experimento lançado no espaço; resultados foram apresentados em julho deste ano nos EUA
Natan Cardoso de Oliveira, de 16 anos, atualmente aluno do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Anglo Morumbi, em São Paulo (SP), integra o grupo dos cinco estudantes brasileiros finalistas de um concurso do governo norte-americano em parceria com a Nasa (agência espacial americana) para promover a pesquisa espacial entre jovens.
O projeto que eles criaram, o cimento espacial, foi selecionado e enviado à Estação Espacial Internacional (ISS), em julho de 2018. O objetivo era verificar como um composto de cimento e plástico verde reagiria à falta de gravidade para, possivelmente, ser utilizado em construções em outros planetas. Foi a primeira vez que uma pesquisa conduzida por estudantes brasileiros chegou à ISS.
Depois de um mês no espaço, o experimento retornou para a análise do grupo, no Brasil. Em julho deste ano, os estudantes foram aos Estados Unidos para apresentar os resultados do trabalho.
O envolvimento de Natan com o projeto começou em 2017, quando a escola pública em que ele estudava (Escola Municipal Perimetral) e uma ONG (Projeto Âncora) foram convidadas a integrar a Missão XII, uma parceria do Colégio Dante Alighieri com a Missão Garatéa, um dos maiores consórcios espaciais brasileiros, coordenado pelo engenheiro espacial Lucas Fonseca. Natan e os outros estudantes foram selecionados de um grupo de 320 alunos.
No início deste ano, Natan foi convidado a estudar no Colégio Anglo Morumbi e recebeu uma bolsa de estudo integral. “O sistema Anglo sempre nos incentivou a oferecer bolsa para alunos da rede pública que se destacam. Quando soubemos da história do Natan, ficamos encantados. Ele é um aluno muito dedicado, gosta de matemática e pretende ser engenheiro aeroespacial”, conta Priscila Gengo, diretora do colégio.
Segundo ela, a visibilidade que o projeto alcançou contribuiu para o aumento da autoestima dos estudantes e fez com que eles tivessem mais interesse pela iniciação científica. “Tanto o Natan quanto os colegas se surpreenderam com toda a repercussão do projeto. Acho que outros agora querem fazer ciência, acreditando que é possível”.