Mais do que acompanhar tarefas e ir a reuniões e eventos na escola, eles devem estimular que a criança ou adolescente seja protagonista do seu processo de aprendizagem
O ambiente escolar é um local privilegiado para o desenvolvimento das crianças e adolescentes. A escola é o segundo espaço de convívio social, depois da família, e onde também se adquire habilidades essenciais para a vida. Por isso, é importante que os pais acompanhem de que maneira o seu filho ou sua filha está ganhando e vivenciando essas competências.
“O comportamento do filho na escola é reflexo do comportamento dos pais em casa. A criança se sente mais segura afetivamente quando escola e família são parceiras e compartilham os ensinamentos”, diz Débora Hoffmann, assessora pedagógica do Sistema Anglo.
O acompanhamento pode se dar de diversas maneiras, como se interessar pelo dia a dia escolar. “Mas isso não significa apenas perguntar ‘como foi a escola hoje?’, até por que a maioria das crianças não gosta de responder a essa pergunta ou responde de forma evasiva, com um ‘foi legal’”. De acordo com ela, o que ajuda mais efetivamente é se envolver com a escola, participar das reuniões de pais e de eventos, acompanhar as tarefas, valorizar o professor e estimular que o filho se engaje no seu processo de aprendizagem, sabendo que nele haverá conquistas e muitos pontos a serem melhorados.
Em geral, os pais de crianças da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental são bem presentes e costumam fazer esse acompanhamento. Mas, a partir do 6o ano, isso tende a mudar. “Parece que os pais querem que o aluno dê conta de sua vida escolar, mas é a idade em que mais necessitam de um olhar de monitoramento, pois estão no início da puberdade”, explica a coordenadora. “Combinar autonomia e acompanhamento é de grande ajuda a partir dessa faixa etária”.
Débora explica que quando a criança é estimulada desde pequena a desenvolver a vontade de fazer as coisas por ela mesma, mesmo errando, ela passará a puberdade e a adolescência com mais tranquilidade na vida escolar, pois sentirá que é capaz de superar os desafios que são inerentes à trajetória escolar.
A assessora dá um exemplo: um aluno do 1o ano do Ensino Fundamental ao pedir ajuda para os pais para realizar uma lição de casa, muitas vezes, vai ter uma explicação diferente daquela que foi dada pela professora, o que pode até confundir a criança. Com o tempo, essa criança pode não prestar mais atenção na professora e querer que, em casa, haja uma explicação exclusiva para ela vinda dos pais, o que causaria uma certa dependência da família.
Segundo ela, pesquisas da neurociência têm apontado que o aluno aprende 90% do conteúdo quando possui a oportunidade de ensinar uma outra pessoa. “Então sugerimos que os pais peçam para que a criança explique para eles como a professora lhe ensinou. Questionamentos são bem-vindos, mas desde que estimulem a criança a buscar a informação com o professor e a ajudem a construir o seu próprio conhecimento”.