Anglo Mogi Guaçu desenvolve projeto de redação com foco na empatia e cooperação

Alunos trabalharam a temática da inclusão social e realizaram vivências com pessoas com deficiência; experiências concretas ajudam a formar repertório e a escrever melhor 

Para engajar os alunos do Ensino Médio na prática da redação e ampliar o seu repertório, para que possam escrever com mais propriedade e estar mais bem preparados para os vestibulares e o Enem, a professora Débora Nolasco dos Santos Silva, do parceiro Anglo Mogi Guaçu, desenvolveu um projeto inovador com foco em inclusão social e no desenvolvimento da empatia e cooperação.

“Eu percebia que os alunos não gostavam muito de escrever. Então, comecei a buscar conhecimentos e ler de forma mais aprofundada a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para tentar desenvolver algo que chamasse mais a atenção e fizesse mais sentido para eles”, conta Débora, que dá aulas de português também na unidade Itapira do Anglo.

Em 2018, ao se debruçar sobre a BNCC, ela encontrou as competências socioemocionais empatia e cooperação e, naquele ano, trabalhou o eixo temático “Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso” com as turmas de 1º e 2º ano do Ensino Médio. Em 2019, o tema escolhido foi inclusão social.

Além de apresentar aos alunos textos de diferentes gêneros literários sobre o tema — como artigo de opinião, resenha etc. –, discuti-los em grupo e propor a redação de novos textos sobre o assunto, o projeto incluiu a vivência de experiências práticas relacionadas à temática.

Para entender melhor a questão da diversidade e ter contato com outras realidades, os alunos foram até uma unidade da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), em Mogi Mirim, onde puderam interagir com as crianças. Eles também estiveram com um ex-aluno da escola que tem síndrome de down e com uma médica veterinária que é deficiente física, ocasiões em que puderam ouvir relatos e conversar com essas pessoas.

“Foi muito surpreendente e gratificante. Os depoimentos foram de arrepiar. Eles falaram sobre preconceito, autoestima, superação. Nós aprendemos muito com tudo isso. Se eu fosse para dar um nome para o projeto seria ‘aula da vida’”.

Além do contato com as pessoas, os estudantes fizeram pesquisas sobre o tema, assistiram documentários e realizaram exposições orais e seminários. O projeto deve continuar em 2020, e um novo tema está sendo estudado. Uma possibilidade é que seja sobre bullying.

Silva diz que o objetivo do trabalho não é tentar adivinhar os temas das redações do Enem e dos vestibulares, mas preparar os alunos para fazer um bom texto. “Na redação do último Enem, que era sobre democratização do acesso ao cinema no Brasil, eles abordaram a questão da acessibilidade, por exemplo.’’

A professora ainda destaca que o projeto vai além de um trabalho social. “Para fazer uma boa redação, eles precisam trabalhar a técnica, os recursos linguísticos — como vocabulário, ortografia, coesão, coerência — e o repertório, que não tinham. Ao passarem por essas vivências e terem a experiência concreta, eles desenvolvem a empatia e a cooperação, ganham conhecimentos e conseguem escrever melhor”.

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