Reflexão sobre o que cada um pode fazer para um mundo melhor envolveu estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental em pesquisas, atividades e ações de solidariedade
Sensibilizar os alunos para o desenvolvimento de uma cultura de paz e solidariedade dentro e fora da escola foi a proposta do projeto “Que a paz prevaleça na Terra” realizado em 2019 pelos estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental do Colégio Anglo Morumbi, em São Paulo.
No início do trabalho, que começou em março e culminou numa exposição para as famílias em setembro, as crianças foram questionadas a respeito do significado da palavra “paz”, e cada umas das quatro classes conheceu a biografia de um líder pacifista — Nelson Mandela, Martin Luther King, Malala Yousafzai e Madre Teresa de Calcutá.
“Buscamos despertar nas crianças a curiosidade de conhecer pessoas que promoveram a paz, identificando alguns dos principais líderes pacifistas de diversas partes do mundo e de diferentes épocas”, explica Cláudia Guarnieri, uma das professoras envolvidas no projeto, que também contou com a participação das educadoras Daniella Marraccini e Patrícia Marques.
Como tratava-se de um projeto interdisciplinar, nas aulas de artes, os alunos confeccionaram um grande mosaico do pacifista escolhido. Paralelamente, eles pesquisaram os diferentes símbolos da paz existentes no mundo e a escrita da palavra em diversos idiomas, o que foi usado para ilustrar parte da mostra.
“Escolhemos frases significativas dos pacifistas estudados que foram reescritas e fixadas em nossa árvore do Ganha-Ganha. Nela, as famílias são convidadas a pegarem uma mensagem de paz e deixar outra no local”, conta a professora Cláudia.
Os alunos também conheceram a lenda do Tsuru — ave sagrada do Japão — e aceitaram o desafio de fazer 1000 tsurus, usando a técnica do origami, pela paz mundial. E, a partir da ideia de que “gentileza gera gentileza”, foi proposto que distribuíssem gestos de gentileza às pessoas.
Um momento bastante significativo do projeto, segundo as professoras, foi a arrecadação de kits escolares para doação às crianças vítimas do ciclone que deixou milhares de pessoas desabrigadas em Moçambique, em março do ano passado.
“Eles sugeriram quais materiais seriam arrecadados e estabeleceram a meta de 300 kits. Também se mobilizaram para conseguir as doações no próprio colégio e externamente. E, diariamente, fazíamos o registro das doações no mural de contagem, usando gráficos de barras”, lembra Cláudia.
Uma atividade que utiliza o conceito da cultura maker também integrou o projeto. Por meio do Scratch, um software de programação em blocos desenvolvido pelo Instituto Tecnológico de Massachussets (MIT), as crianças programaram e desenvolveram coletivamente a história “O que você faz pela paz?”.
O projeto contou, ainda, com a aquisição pelo colégio do Poste da Paz, símbolo internacional presente em mais de 180 nações. Na inauguração, os alunos cantaram “Pela Paz” e “Peça Felicidade”.
“Senti que esse projeto marcou o coração de cada aluno que participou e se envolveu em tantos momentos lindos, como a apresentação musical, cada Tsuru dobrado em nome da paz e o sorriso orgulhoso de ter entendido que podemos construir um mundo melhor. Foi gratificante saber que cada um deixou pouquinho de si concretizado no Poste da Paz”, finaliza a professora.