Pais devem reservar um período do dia para estarem juntos dos filhos; construir brinquedos, jogar, pintar, encenar e cozinhar são algumas das atividades que podem ser feitas
Neste ano, nas férias de julho, muitas crianças e adolescentes ainda estarão em casa, em quarentena. Mesmo sem poder viajar ou passear, é importante que a família tenha o entendimento que época de férias significa uma pausa da vida escolar e um momento de relaxamento e diversão. “Além disso, devido à pandemia do novo coronavírus, as crianças estão especialmente mais sensíveis. Então, pode ser uma oportunidade também de acolhimento e de estreitar e reativar os laços familiares”, diz Mariângela Petrosino, assessora pedagógica do Sistema Anglo.
Mesmo para os pais que estiverem trabalhando, ela sugere reservar um período do dia para se dedicar aos filhos, o que significa estar disponível para brincar, contar histórias e ficar junto. “Fazer massagem, levar café da manhã na cama um dia, deitar junto para assistir um filme ou, simplesmente, dar colo são gestos que acalentam a alma”.
Na hora das brincadeiras, é importante as famílias terem consciência de que elas são também forma de aprendizado e de preparo para a vida em sociedade. “Nesses momentos, os pais mostram que pessoas eles são e que valores — como noções de educação, cidadania, respeito etc — querem passar para os filhos”, observa a assessora. “Num jogo com a criança, por exemplo, deve haver o cuidado de não se mostrar muito competitivo ou mais esperto do que ela. Por outro lado, não se pode ser complacente e deixá-la ganhar sempre. O desafio deve ser na medida certa”.
Criatividade, mão na massa e envolvimento
Entre as sugestões de atividades para pais e filhos, a assessora recomenda resgatar brincadeiras que o adulto fazia quando era criança, como construir personagens de papelão e criar suas roupinhas ou fantasias. Ainda na linha de usar habilidades manuais, dá para fazer bonecos de pano, desenvolvendo também a habilidade de costurar e pregar botões, e usar sucata para montar robozinhos ou até mesmo uma cidade em miniatura. Se a família gosta de atividades artísticas, é possível incluir pinturas, desenhos e pequenas esculturas em massa de modelar ou cerâmica.
Ir para a cozinha com os filhos é outra experiência rica e divertida. Mas é preciso deixá-los pôr a mão na massa e pensar em coisas de que gostem e consigam fazer, como bolos, biscoitos, sucos, vitaminas e sorvetes. “Depois, dá para brincar de vender picolé, por exemplo, e ainda ensinar que não é preciso só comprar alimentos prontos e que comidas saudáveis também podem ser gostosas”, completa Mariângela. Outra opção é fazer refeições temáticas, como um jantar havaiano ou almoço árabe. “Todos podem se vestir a caráter e vale pesquisar para preparar o cardápio e arrumar a mesa com objetos temáticos que, eventualmente, a família tem em casa”.
Em relação a contar uma história ou assistir um filme, essas atividades podem ficar ainda mais interessantes se envolverem a montagem de uma cabaninha de lençol ou uma sessão com pipocas. Brincar com narrativas também pode acontecer na forma de teatrinho — tradicional ou de sombra — e de mímica. Na caça ao tesouro, em vez de doce, a recompensa pode chegar na forma de uma carta endereçada ao filho ou filha.
De acordo com Mariângela, uma queixa comum de muitas famílias era não ter tempo de ficar com os filhos, o que mudou durante a quarentena. “Agora elas têm esse tempo em quantidade e precisam desenvolver a qualidade. E cabe a cada uma achar esse espaço de ficar junto, compartilhar experiências e estreitar os laços. As férias deste ano podem ser uma grande oportunidade para isso”.