É importante entender o que elas já sabem sobre o assunto e seguir a conversa a partir daí, passando informações seguras, em linguagem adequada, e acolhendo seus receios
Com a expansão da Covid-19 e a experiência da quarentena, estamos vivendo uma situação singular e inesperada. O assunto é delicado e difícil de ser tratado com as crianças, mas não passa despercebido por elas, já que tiveram sua rotina afetada pela pandemia e acabam vendo e ouvindo notícias a todo momento.
“Para ajudar as crianças a compreender essa realidade, em primeiro lugar, precisamos passar segurança. Mas só transmitimos segurança quando a sentimos verdadeiramente. Sem minimizar ou superdimensionar os fatos, devemos demonstrar otimismo, sensibilidade e amor e mostrar que atravessaremos essa crise juntos e protegidos”, diz Débora Hoffmann, assessora pedagógica do Sistema Anglo.
Uma orientação importante ao falar sobre o tema com as crianças é, inicialmente, tentar descobrir o que ela já sabe sobre o assunto para seguir a abordagem a partir daí, sempre usando uma linguagem adequada à faixa etária. Além de ouvir a criança, outro ponto fundamental é acolher seus sentimentos e preocupações, para que ela se sinta à vontade para tocar na questão quando quiser.
A conversa pode incluir orientações de como devemos nos proteger da doença com atitudes simples de higiene, como lavar as mãos várias vezes ao dia e cobrir o nariz e a boca com o braço ao tossir ou espirrar. Também pode ser explicada a necessidade de distanciamento social no contexto da impossibilidade de frequentar a escola, brincar com os colegas e visitar amigos e familiares.
“Os pais e a família são as pessoas de referência afetiva das crianças. Quando eles conversam e ouvem as dúvidas dos filhos, as crianças sentem-se seguras e têm a possibilidade de dar sentido de forma saudável ao que estão vivendo. Assim, a relação de confiança é construída, e outros assuntos também podem e devem ser abordados da mesma maneira”, orienta a assessora.