Conheça experiências que as crianças podem fazer em casa, com a ajuda dos pais

A partir de situações e materiais do cotidiano, é possível realizar investigações científicas, levantar e verificar hipóteses e compartilhar aprendizados com a família 

Uma maneira de pais e filhos combinarem momentos de descontração e aprendizagem é por meio de experiências científicas, que podem ser feitas em casa. Por meio da investigação, as crianças elaboram suas hipóteses para resolver um problema do cotidiano, que tenha significado para elas, despertando a curiosidade e o interesse pelo conhecimento.

“As crianças mobilizam o que já sabem para tentar encontrar a solução. Elas realizam o seu próprio percurso e tornam-se agentes da descoberta”, diz Jacqueline Paranhos Cardella, autora de Ciências do Ensino Fundamental I do Sistema Anglo. “Os pais acompanham o processo, vivenciam a investigação e aprendem juntos com a criança. Eles podem incentivar a pesquisa, a observação, a comparação, a coleta e o registro de dados, a proposição de suposições e a verificação de hipóteses.”

De acordo com a autora, essas atividades desenvolvem competências e habilidades, como planejamento e organização, ampliam o repertório de conhecimento das crianças e estimulam o letramento científico, como forma de garantir o uso social e a aplicação daquilo que se aprende, modificando o meio em que se vive. “O aprendizado contínuo decorre da experimentação aliada à aquisição de conteúdos e conceitos”, afirma.

Jaqueline sugere três experimentos que podem ser realizados em casa, com o auxílio dos pais:

Experimento 1 – Importância da higiene das mãos

Objetivo: investigar a presença de microrganismos na superfície da pele.

Situação-problema: por que temos que lavar as mãos?

Materiais: 3 copinhos para gelatina com tampa, 1 envelope de gelatina sem sabor, 1 caldo de carne, água, sabão e etiquetas adesivas.

Como fazer: Dissolva 1 envelope de gelatina sem sabor substituindo metade da água por caldo de carne. Despeje a mistura nos três potinhos e feche-os imediatamente. Coloque as etiquetas indicando cada um deles com os números 1, 2 e 3. Espere a gelatina endurecer. Abra o pote número 1, passe o dedo indicador na superfície da gelatina, sem lavar as mãos. Em seguida, feche o pote. Lave bem as mãos com sabão, abra o pote número 2, passe o dedo indicador na superfície da gelatina e feche o pote. O pote de número 3 deve permanecer fechado. Coloque os potes em um local escuro e morno (como um armário, por exemplo) e mantenha-os ali por 7 dias. No 8º dia, abra-os e observe cada um dos potes.

Resultados e conclusões: Identificamos os fungos observando sua característica aveludada de diversas cores, enquanto as bactérias têm aspecto leitoso e forte odor. Após 7 dias, é possível observar seres vivos na gelatina, indicando que eles estão se alimentando dela. A quantidade e variedade destes organismos variam nos três potes. O pote número 1 desenvolve maior quantidade de organismos — são provenientes do ambiente e foram introduzidos quando se tocou a gelatina sem a higiene das mãos. O pote número 2 apresenta quantidade inferior de organismos devido à higienização das mãos, enquanto o pote número 3 quase não apresenta fungos e bactérias. Neste caso, os (poucos) organismos visualizados podem ser originários do ar ou da manipulação do pote quando foi enchido e fechado. Com esse experimento pode-se concluir que é importante lavar as mãos antes das refeições e após utilizar e manipular objetos como dinheiro e brinquedos, evitando a instalação de doenças causadas por microrganismos.

Experimento 2 – Cuidado com os ossos

Objetivo: discutir a importância da alimentação e dos hábitos para o fortalecimento dos ossos. Investigar algumas propriedades dos ossos.

Situação-problema: vamos ver o que acontece com um osso descalcificado e sem colágeno?

Materiais: Etapa A: osso de frango, 1 pote de vidro médio com tampa e 1 litro de vinagre. Etapa B: osso de frango, 1 pinça e uso de fogão ou fogareiro.

Como fazer: Etapa A: coloque o osso limpo no pote de vidro e cubra-o com o vinagre. Tampe o vidro e deixe-o em repouso por 7 dias. Retire o osso do vidro e tente dobrá-lo. Etapa B: com o auxílio de um adulto, coloque o osso sobre a chama do fogão ou fogareiro durante alguns minutos. A seguir, retire o osso e o coloque sobre uma superfície até esfriar. Tente dobrar o osso.

Resultados e conclusões: Etapa A: o osso se tornou mole e flexível. O vinagre dissolveu a parte mineral do osso. Considerando que o cálcio é responsável pela rigidez dos ossos, a perder esse mineral, o osso torna-se flexível. Etapa B: o osso permaneceu duro, porém tornou-se quebradiço. O fogo destruiu o colágeno, proteína que confere resistência ao osso. O osso se tornou quebradiço quando a proteína foi destruída.

Experimento 3 – Importância da mastigação

Objetivo: observar a importância de se partir alimentos em pedaços menores na boca, antes que o processo de digestão se inicie.

Situação-problema: por que devemos mastigar bem os alimentos?

Materiais: 2 recipientes transparentes (copos de vidro), 2 comprimidos efervescentes (um inteiro e um quebrado) e água.

Como fazer: coloque a mesma quantidade de água nos dois recipientes. Ponha ao mesmo tempo o comprimido inteiro em um dos recipientes e comprimido quebrado no outro.

Resultados e conclusões: O comprimido em pedaços se dissolve mais rapidamente que o comprimido inteiro. Quanto mais mastigado for o alimento – equivalente ao modelo do comprimido triturado – maior será o seu contato com as substâncias digestivas e, portanto, mais rápida e eficiente será sua digestão.

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