Escolas poderão escolher entre três modelos, de acordo com sua realidade e demandas; formação geral, itinerários formativos, eletivas e estudos avançados compõem o currículo
O Sistema Anglo vai lançar, em agosto, os novos materiais do Ensino Médio, que começarão a ser utilizados em 2021. Em sintonia com a nova legislação e com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o currículo se divide em quatro grandes componentes — formação geral, itinerários formativos, eletivas e estudos avançados –, e a maneira como cada escola vai usar esses conteúdos será variável e flexível. São três modelos que as instituições parceiras poderão adotar: o Ensino Médio Anglo, o Ensino Médio Alfa e o Ensino Médio Alfa Integral.
Henrique Braga, autor de português, coordenador pedagógico e coordenador do projeto do Novo Ensino Médio do Anglo, explica que parte representativa e importante do material, o que corresponde à maior parte da carga horária, será composta da chamada formação geral. Ao longo dos dois primeiros anos do Ensino Médio, esses livros vão trabalhar as habilidades da BNCC relacionadas às grandes áreas do conhecimento: linguagens, ciências humanas, matemática e ciências da natureza.
Outro conjunto de livros será destinado aos itinerários formativos, as disciplinas e estudos que os alunos poderão escolher. “Trazemos duas opções de itinerários — Linguagens e Humanidades; e Ciências da Natureza –, e eles foram pensados para atender tanto a expectativa dos alunos em poder colocar mais foco nas áreas que têm mais interesse, como seguir a preparação para o vestibular”, afirma o coordenador.
Segundo ele, esses dois componentes são a base fundamental do Novo Ensino Médio do Anglo, que terá uma carga horária mínima de 30 horas semanais. “É o que orientamos e indicamos para todas as escolas adotarem. Também sugerimos que tenham as duas opções de itinerários formativos. Pensamos em uma engenharia de currículo que permite a adoção de mais de uma opção de itinerário, inclusive para escolas que possuem estruturas menores, com apenas uma série de cada ano, sem aumento de custos”.
As escolas que desejarem poderão, ainda, ampliar a sua oferta e complementar os itinerários formativos com material opcional de eletivas. No caso dos modelos Ensino Médio Alfa e o Ensino Médio Alfa Integral, as habilidades de formação geral também poderão ser complementadas com estudos avançados, chegando a uma carga horária mínima de 35 e 41 aulas semanais, respectivamente.
Em relação aos itinerários formativos, Braga acrescenta que, entre os dois grandes núcleos, haverá um núcleo acadêmico comum, espécie de ciclo básico, composto por oficinas de leitura e escrita e investigação matemática. “Não importa se aluno tem predileção por uma área ou outra, a gente sabe que argumentação, raciocínio matemático e modelagem de dados, por exemplo, vão ser essenciais para qualquer área que ele seguir.”
O coordenador conta que o projeto já prevê a possibilidade do aluno mudar de opção no meio do caminho. “Quando pensamos nos Itinerários, eles têm que desenvolver muito mais os eixos estruturantes e as habilidades desses eixos do que um conteúdo específico. Então, ao ter uma formação geral sólida, esse aluno vai poder fazer escolhas ao longo do caminho e trafegar pelas áreas conforme suas opções.”
Braga destaca que o material também favorece o trabalho com metodologias ativas. “Algumas seções encaminham esse tipo de trabalho, mas não obrigam. Nosso desafio foi fazer um material que olha para o futuro, mas sem jogar fora tudo o que as escolas têm de qualidade e força e que deve ser mantido.”