Novidades são mais em relação à abordagem do que ao conteúdo; proposta é ter um aluno mais protagonista, que seja capaz de propor soluções para problemas do mundo real
A partir do ano que vem, o novo material do Anglo para o Ensino Médio vai trazer os chamados itinerários formativos — conjunto de situações e atividades educativas que os estudantes poderão escolher, conforme seus interesses, para ampliar a aprendizagem em uma ou mais áreas de conhecimento.
Pablo López Silva, professor e autor de geografia do Sistema Anglo, explica que a novidade não é tanto em relação aos conteúdos, mas principalmente no que diz respeito às abordagens, por envolverem a utilização de metodologias ativas de aprendizagem.
Ele recomenda que os professores dêem uma olhada prévia no material e o estudem com base nos suportes oferecidos — como o manual do professor, na forma de podcast, que sugere caminhos para trabalhar a teoria da aula e os exercícios; e as videoaulas que sintetizam conteúdos trabalhados ou aprofundam assuntos que são tratados nos exercícios, mas que não, necessariamente, aparecem na teoria.
Outra orientação para os professores é observar no material impresso as indicações em destaque, na cor rosa. “Nosso material tem sempre, inicialmente, uma seção de embarque, que costuma apresentar uma pergunta motivadora ou um problema. Nós sugerimos como o professor pode utilizar essa seção para conduzir a aula. Também indicamos comentários que podem ser pertinentes na resolução de exercícios, para amplificar uma questão, e ainda a metodologia mais interessante para ser utilizada em determinado exercício”.
Segundo o autor, é importante o professor acompanhar esses recursos, pois assim ele terá uma visão global de tudo que aquela aula envolve e dos possíveis caminhos que ele pode escolher. A partir daí, ele vai produzir a aula da forma como achar mais interessante.
Metodologias ativas e aluno participativo
Ele destaca que muitos exercícios propostos nos itinerários de ciências humanas e sociais aplicadas apresentam uma situação-problema, que permite que o professor utilize a metodologia da aprendizagem baseada em problema. “Por exemplo, uma questão que trate da necessidade de acordos entre países para gerir os recursos hídricos que são divididos entre eles. Os alunos sabem que há um aumento da escassez de água e disputas internacionais por recursos hídricos. Então, nada mais relevante no contexto em que a gente vive do que discutir acordos e meios para que os países gerenciem esses recursos de forma mais cooperativa e menos conflituosa.”
Silva aponta que esse tipo de exercício e de abordagem tem a cara do Novo Ensino Médio. “Com as reformas propostas pela Base Nacional Comum Curricular, a ideia é ensinar competências e habilidades que ajudem os alunos a lidar com problemas reais do cotidiano. E, a partir dos conteúdos do Ensino Médio, que eles possam propor soluções para essas questões em diferentes escalas — na sua escola, no seu bairro, na sua cidade, no seus país e até mesmo em âmbito global.”
Para o autor, é importante que o professor entenda que esse material deve estimular os alunos a participarem das aulas e a exporem sua opinião. “As atividades são propositivas, instigam o desenvolvimento do senso crítico do aluno e o colocam como protagonista.”