Na instrução entre pares, alunos explicam os conteúdos e questões uns aos outros; Anglo estimula prática no ensino presencial e, na pandemia, também no online
O estudo em grupo pode ser um recurso importante para a fixação de conteúdos e a aprendizagem dos estudantes. Percebendo as vantagens dessa prática, o Curso Anglo já promovia salas para estudos em grupo no ensino presencial. Com a pandemia, tem estimulado fortemente os alunos a usarem as ferramentas digitais que permitem esses encontros e a instrução entre pares.
“Temos uma sala dedicada para estudos em grupo, tamanho o impacto que percebemos no aprendizado dos alunos”, diz Renan Garcia Miranda, diretor pedagógico do Curso Anglo. “Estudos sobre rendimento escolar apontam que a melhor forma de aprender algo é explicando isso para alguém. É aí que a pessoa percebe o quanto ela sabe ou não de um determinado conteúdo. Um professor, por exemplo, sabe muito porque ele está sempre fazendo isso.”
Miranda afirma que essa troca entre pares que o estudo em grupo proporciona é fundamental para sedimentar os conhecimentos, mesmo em um pré-vestibular. “Como incentivamos muito, hoje os nossos alunos têm, até por conta própria, vários grupos de estudo. E vimos que a forma como eles mais gostam de usar esse tipo de estudo é depois de uma prova ou simulado. Quem acertou a questão a explica para quem errou.”
Segundo ele, vários estudantes relatam que o recurso ajuda muito também a formular as respostas de questões discursivas. “Essas trocas entre eles acontecem em várias camadas, desde um aluno explicando para o outro o enunciado, até um deles lendo a sua resposta, e o grupo discutindo sobre isso.”
O diretor lembra de um caso, de uma aluna muito aplicada que prestava medicina, mas sempre tinha dificuldade na segunda fase, na prova dissertativa de português. “Ela não entendia porque as respostas que elaborava não eram tão boas, por mais que a gente explicasse para ela. Mas, em uma ocasião, ao ler uma resposta para os colegas, ela própria percebeu os problemas. Ficou claro mais uma vez a qualidade que tem o trabalho em grupo.”
Miranda conta que, no Anglo, a sala para estudos em grupo dispõe de oitos mesas para até seis estudantes. Os alunos se inscrevem e podem permanecer durante uma hora e meia. De acordo com Renan, estudos indicam que o grupo deve ter até esse limite de pessoas e de duração para ser efetivo.
“Tanto no presencial como no online, recomendamos que alguém do grupo controle o tempo e que tenha alguém responsável por organizar a dinâmica do grupo, a vez das pessoas falarem, para ter um rendimento melhor. Nós orientamos os alunos e, a partir disso, eles mesmos definem o roteiro e o tema — por exemplo, discutir as questões dissertativas de determinada disciplina ou as perguntas que erraram do simulado”, destaca.
“Disponibilizamos um professor ou um plantonista para acompanhá-los, mas, no geral, como é uma instrução entre pares, eles se sentem mais à vontade para fazer entre eles. O importante é que eles têm usado esse recurso e conseguido bons resultados”.