Manter diálogo aberto e constante com os filhos, ensinar a nomear os vários tipos de emoções e mostrar que há diferentes formas de lidar com elas são alguns dos caminhos
O desenvolvimento das competências socioemocionais diz respeito às habilidades que vamos aprendendo e aprimorando ao longo da vida. Elas são influenciadas pelas diferentes pessoas com as quais interagimos, seja no contexto familiar, escolar, profissional ou qualquer outro.
“As crianças, antes mesmo de entrarem em contato com o ambiente escolar e com seus professores e colegas, são expostas a diferentes experiências familiares. Essas vivências as ajudam a começar a moldar suas competências socioemocionais e a nomear as diferentes emoções que estão vivenciando”, diz a psicóloga Mayra Santos Temperine, do Serviço de Atendimento Psicológico (SAP) do Curso Anglo. “Assim, a família desempenha um papel fundamental em estabelecer a base emocional das crianças, que será posteriormente influenciada pelos outros ambientes que ela irá frequentar.”
Um primeiro passo para a família contribuir para o desenvolvimento dessas habilidades nas crianças pode ser justamente questionando o seu próprio desenvolvimento socioemocional. “Na medida do possível, os adultos podem trabalhar suas próprias competências para serem um exemplo melhor para seus filhos”, observa a psicóloga.
Desde cedo nomear as emoções e explicar as reações que podemos ter frente a cada uma delas é outra maneira de a família ajudar. Isso estimula a empatia e a identificação com os sentimentos das outras pessoas e com o que a criança já pode ter vivenciado ou pode vir a viver. Também é importante, segundo Mayra, não fugir de emoções que poderiam ser rotuladas como negativas, mostrando que todos nós sentimos vários tipos de emoções e podemos encontrar diferentes formas de lidar com elas.
Outra maneira ainda de auxiliar os filhos é manter momentos de diálogo com eles, para que a criança ou o adolescente possa questionar comportamentos, expor suas dúvidas e desconfortos e aprender diferentes formas de enfrentar situações desafiadoras.
De acordo com Mayra, assim podemos ter crianças e jovens que não temem o erro, por saberem que podem aprender com ele, e que são mais abertos a ouvir diferentes opiniões e a levar em consideração diversos pontos de vista. Essas crianças e jovens também conseguem identificar com mais facilidade as angústias e estresses pelos quais podem estar passando e são mais capazes de encontrar formas de lidar com os mesmos.
“Além disso, o trabalho com as habilidades socioemocionais pode influenciar diretamente no desenvolvimento das competências cognitivas, já que o estudante poderá ter mais facilidade para lidar com as frustrações do aprendizado e das relações interpessoais”, completa.