Seja no ambiente escolar ou no familiar, a busca por formas de expressão pacíficas e conciliadoras contribuem para que as crianças se desenvolvam com mais segurança e afeto
A comunicação não violenta se refere a uma forma de comunicação eficaz, com empatia, que preconiza que os relacionamentos devem ser cooperativos. “Utilizar uma comunicação assertiva nos ambientes onde convivemos gera segurança afetiva. Todos os envolvidos sentem mais liberdade em expressar seus sentimentos, pensamentos e atitudes, buscando a colaboração e o aprendizado na construção de relacionamentos mais saudáveis”, diz Debora Hoffmann, assessora pedagógica do Sistema Anglo.
Ela observa que esse tipo de comunicação na escola e em casa contribui para a formação e o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes ao propiciar uma abertura maior para o diálogo, um ambiente mais acolhedor e, consequentemente, a diminuição de conflitos e a busca pelo consenso. “Assim, as relações entre as pessoas ficam mais fortalecidas.”
A assessora destaca que a comunicação é uma das dez competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e deve ser desenvolvida em todos os segmentos escolares. “Nesse contexto, utilizar a comunicação não violenta como ferramenta é muito interessante, pois ela se conecta com outras competências como empatia e cooperação, argumentação, autoconhecimento e autocuidado, e responsabilidade e cidadania.” Ela também aponta que os professores que se comunicam de forma mais assertiva e positiva conseguem melhores resultados no engajamento dos alunos, que se sentem mais próximos e abertos para a aprendizagem.
Um exemplo da comunicação não violenta na sala de aula pode ser aplicado em relação à maneira como o erro é tratado. “Errar faz parte do processo de aprendizagem. Nessa hora, a postura do professor e a sua forma de comunicar podem ser elementos-chave para buscar a proximidade com o aluno. A comunicação não violenta, não julga, não condena, não critica. Ela acolhe e mostra possibilidades, ajudando o estudante a perceber que o erro gera aprendizado. Só erra quem tenta, e a acolhida ao erro no ambiente escolar deve ser uma primícia!”