Avaliações devem dialogar com os objetivos trabalhados em sala de aula

Ao apontar avanços e dificuldades dos estudantes, elas também indicam a efetividade das metodologias de ensino dos professores e das estratégias de estudo dos alunos

A avaliação é um recurso de grande relevância no processo de ensino e aprendizagem. No ensino fundamental, além de constituir um dos principais instrumentos para indicar a possibilidade ou não de o aluno prosseguir os estudos subsequentes, ela é uma ferramenta diagnóstica que aponta avanços e dificuldades dos estudantes, possibilitando intervenções coletivas ou pontuais no planejamento escolar.

Para Fabiana Saad Ezarchi, autora de História dos anos finais do ensino fundamental do Sistema Anglo, é importante que a escola apresente aos alunos e famílias seu plano de avaliação e os instrumentos que adota para isso. “A clareza sobre esse processo tende a impactar positivamente no rendimento do estudante e ajuda a diminuir os pontos de atrito na relação entre escola, aluno e família.”

Ela destaca que a simples divulgação com antecedência do calendário de avaliação possibilita não só a organização dos alunos e das famílias, como também já sinaliza a preocupação da escola com o estudo antecipado, ajudando a desconstruir a prática do estudo de véspera.

Outro elemento a ser considerado no encaminhamento do processo de avaliação, segundo ela, diz respeito à seleção dos conteúdos e elaboração das avaliações que, no caso do Sistema Anglo de Ensino, devem contemplar os objetivos de aprendizagem propostos nos cadernos dos professores.

“É muito importante que, ao construir a avaliação, o professor dialogue com os objetivos trabalhados em aulas e com as atividades propostas durante o desenvolvimento dos módulos. Neste sentido, é primordial retomar o Caderno do Professor, consultar os itens “Objetivos” e “Noções Básicas” e evitar dar destaque a detalhes que cabem mais à memorização mecânica do que à verificação da compreensão de processos e ao desenvolvimentos de habilidades e competências.”

Uma vez aplicada a avaliação, o retorno aos alunos deve ser o mais breve possível e a correção deve possibilitar que cada estudante tenha possibilidade de identificar seus erros e acertos. “E, acima de tudo, que o professor, ao tomar ciência dos resultados, busque elucidar o que não ficou claro, tanto individualmente como coletivamente”, observa.

Fabiana destaca que a sinalização de erros e acertos na correção não é só um indicativo de como o aluno foi na prova, mas também de suas estratégias — ou falta de estratégias — de estudo. A autora recomenda ao professor que se mantenha atento às necessidades de seus alunos, ofereça a eles alternativas de estudo e de abordagem e os oriente em relação à mudança de postura.

Assim, o processo de avaliação se torna integrado à prática educativa e não um momento descolado da realidade escolar. “Se bem trabalhado, o resultado de uma avaliação indica se estamos no caminho certo ou se são necessárias mudanças de metodologias de ensino, por parte do professor, e de estudo, por parte do aluno. A avaliação é muito mais do que um medidor de aprendizagem. É um importante instrumento diagnóstico de dimensões cognitivas, afetivas e sociais do aprendizado.”

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