Saúde mental dos pais pode impactar na vida dos filhos

Adultos devem ter consciência sobre si mesmos e cuidar do seu estado emocional; buscar redes de apoio e realizar atividades prazerosas contribuem para o bem-estar

A saúde mental dos pais é fundamental para o equilíbrio da rotina familiar. Quando há desajustes, os pais podem acabar descontando o estresse e as frustrações nos filhos. Além disso, pode ocorrer de não conseguirem perceber e escutar as necessidades da criança ou do adolescente, dificultando o diálogo e o acolhimento que são esperados.

Para Silvia Hasse, psicóloga do Serviço de Atendimento Psicológico (SAP) do Curso Anglo, é muito importante que os pais tenham consciência sobre si mesmos e se questionem constantemente sobre seu próprio estado emocional. Ela explica que não se trata de negar os sentimentos, mas de dialogar com os filhos sobre isso. “Quando os pais não conversam ou buscam esconder os próprios sentimentos, correm o risco de os filhos entenderem que não se deve demonstrar as emoções ou falar sobre elas.”

A psicóloga diz que os filhos aprendem a partir do que veem nos pais e a forma como eles lidam com as situações. “As crianças aprendem a lidar com situações difíceis quando os adultos conversam e explicam, por exemplo, o que sentem, com linguagem adequada conforme a idade, conferindo significado ao que os filhos não conseguiram decodificar sozinhos.”

Segundo ela, para dar atenção aos filhos, muitas vezes, os pais esquecem de cuidar de sua saúde física e mental, e de reservar horários para se centrarem no próprio bem-estar. Também estão associadas a isso cobranças por fazer sempre o melhor. São muito comuns ainda as comparações com outras famílias, gerando maior pressão e estresse.

Uma das maneiras dos adultos se cuidarem é mantendo uma rede de apoio para conversar e dividir as preocupações e inseguranças diárias, mesmo que seja apenas virtualmente. Também é recomendável estabelecer um momento do dia para se atualizar e, em outros, desconectar-se das notícias, conviver com a família ou desenvolver atividades individuais prazerosas.

Nesse sentido, os pais podem buscar alguma prática física, como treinos funcionais, corrida, caminhada, yoga e dança, entre outras. “É importante lembrar que novos hábitos não se criam facilmente, portanto, devem ser implementados gradualmente e com persistência”, ressalta.

“Mas quando houver forte ansiedade, desânimo para a realização de atividades ou outras questões emocionais que acarretam dificuldades para manter a rotina, a orientação é buscar suporte profissional, como psicoterapia ou avaliação com psiquiatra”, finaliza Silvia.

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