Nessa fase, muitos pais tentam se aproximar dos filhos, mas têm dificuldade para conversar de maneira empática
O aluno que vê os pais interessados em seu processo educacional pode se sentir mais seguro emocionalmente e até mesmo mais motivado em seguir estudando, segundo Paula Pimenta, psicóloga do Serviço de Atendimento Psicológico do Curso Anglo (SAP). Ela explica que ver os pais como aliados nesse processo é muito importante para os momentos em que ele se sentir sozinho ou com alguma dificuldade em seu estudo.
O desenvolvimento do estudante ao longo das séries escolares traz alguns desafios importantes a serem conversados, como a complexidade gradual dos conteúdos educacionais e das provas, o método de avaliação adotado pela escola e até as relações com colegas, professores e amigos. “Por sua vez, esses três aspectos podem gerar alguns preconceitos e dilemas por parte do estudante como: será que sou inteligente? Tenho capacidade de aprender? Sou popular ou rejeitado? Neste sentido, o diálogo aberto e empático com os pais pode ajudar justamente na desconstrução dessas dúvidas com uma avaliação mais contextualizada da situação”, diz.
Para os pais que não conseguem se aproximar e conversar sobre questões emocionais e pessoais com os filhos, algumas dicas podem ajudar. “Eles podem dizer aos filhos, por exemplo, que estão disponíveis para escutá-los, sem emitir uma opinião, e que pensarão junto com eles quais são os caminhos possíveis para seguir e resolver os problemas”, explica.
Segundo Pimenta, muitas vezes, os filhos se queixam da reação dos pais ao escutarem o que eles têm a dizer, transformando uma tentativa de diálogo em uma discussão, tanto pelo excesso de preocupação que os pais podem transmitir, como por minimizarem o relato do filho, desvalidando os seus sentimentos. É importante os pais se lembrarem que a posição de ajuda só é possível mantendo o equilíbrio emocional.
A especialista também ressalta que é fundamental respeitar o espaço e a vontade do jovem em não querer se abrir, especialmente para que ele tenha seu próprio tempo de elaboração a respeito do que lhe acontece e possa buscar soluções para dificuldades que surjam. Entretanto, os pais devem ficar alerta para identificarem outros sinais que demonstram um sofrimento mais intenso por parte do filho.
“Alterações bruscas no humor, no sono, na alimentação ou perceber que o filho já não quer mais fazer atividades que antes davam prazer são alguns sinais de que algo não está bem e, nesses casos, é importante buscar ajuda profissional de um psicólogo.”