Avaliação no contexto remoto ou híbrido deve considerar a singularidade dos novos ambientes de aprendizagem

Possibilidades educativas atuais favorecem o protagonismo, a colaboração, a interatividade e o gerenciamento contínuo da própria aprendizagem

Tempos de ensino remoto ou híbrido significam não só novas formas de ensinar e aprender, mas também de avaliar. Isso leva os educadores a pensar nas particularidades do processo avaliativo nesse contexto e se devem, por exemplo, utilizar os mesmos métodos do ensino tradicional ou quais são as novas possibilidades existentes.

“Um importante desafio vivenciado por todos no ensino remoto foi e ainda é o processo de avaliação, uma vez que, por vezes, é comum encontrarmos práticas tradicionais que são apenas levadas para os ambientes virtuais”, diz Geovana Achtschin Silva, assessora pedagógica do Sistema Anglo.

Segundo ela, diante das novas maneiras de aprender que existem hoje, é preciso adaptar a ação avaliativa, que deve ser redimensionada de acordo com a singularidade dos novos ambientes, que trazem em sua essência a interatividade como um fator fundamental.

“Com tantas opções de ferramentas e soluções educacionais que temos, como os fóruns, os chats, os laboratórios virtuais e os games, que estão disponíveis nos ambientes virtuais de aprendizagem, é possível trazer possibilidades educativas que favoreçam práticas de autoria, de colaboração e cooperação, utilizando a interatividade como fundamento.”

Ela observa que o aluno precisa experimentar um aprendizado em que ele tenha a oportunidade de aprender a ser protagonista enquanto adquire e evidencia suas habilidades. “A evidência das habilidades dos alunos, que é previsto na BNCC [Base Nacional Comum Curricular], é o resultado mais importante da educação a distância. Habilidades, por exemplo, que propiciem a competência de ser ético no ambiente virtual enquanto está sendo avaliado”, exemplifica.

Outro ponto importante, de acordo com ela, é os estudantes conseguirem gerenciar sua aprendizagem, participando de uma autoavaliação contínua. “Como isso não é algo natural para todos os alunos, o caminho é termos tutores e mentores que possam orientar e incentivar os alunos a se avaliarem, seja da forma mais simples, como ler um feedback instantâneo, até as mais complexas”, afirma. Ela cita o autor Cerigatto, que diz que a avaliação “é útil tanto para o docente — que, por meio da avaliação, reflete e melhora sua prática, suas estratégias e seus objetivos didáticos — quanto para o aluno — que, por meio da autoavaliação, reflete sobre a sua própria aprendizagem.”

Geovana também destaca a existência de mais de um tipo de avaliação, o que precisa estar claro para todos os envolvidos. São elas a avaliação diagnóstica, também chamada de inicial, por ser realizada normalmente no primeiro contato do aluno com o conteúdo, a avaliação formativa, que é contínua e evidencia o todo, e a avaliação somativa, realizada no final de um ciclo, etapa ou semestre.

“Apesar de não existir uma bula pronta para o processo de avaliação no ensino remoto, especialistas são quase unânimes em afirmar que devem ocorrer as avaliações formativa e somativa, e que esta, por ser contínua, é muito propícia para o momento presente”, ressalta.

“Diante disso, utilizar instrumentos variados como pesquisa, listas de verificação, rubricas, sala de aula invertida são ferramentas eficazes para ajudar nossos alunos a se tornarem aprendizes independentes. Acredito que o segredo está em acompanhar a trajetória”, finaliza.

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