Especialista explica que é importante evitar julgamentos morais e minimizar o sofrimento da pessoa
O Setembro Amarelo é uma campanha que teve início em 2015 e busca trazer visibilidade à causa da prevenção do suicídio. “Não que este tema só precise ser abordado neste mês, mas campanhas como essa ajudam a trazer a temática do suicídio para o debate público, colaborando com a maior difusão de informações sobre saúde mental e com a quebra de estigmas associados ao sofrimento, às ideações suicidas e à perda de amigos ou familiares por suicídio”, explica Mayra Temperine, psicóloga do Serviço de Atendimento Psicológico do Curso Anglo (SAP).
Segundo Mayra, esse é um tabu muito importante de ser quebrado, pois falar sobre esse tema, ter acesso a educação e informações sobre saúde mental se mostraram como formas eficazes de prevenir o suicídio.
Além disso, o compartilhamento de dados e acesso a recursos como CVV (Centro de Valorização da Vida, disponível gratuitamente, 24h para todo o país pelo número 188) e CAPS ou UBSs (unidades públicas de atendimento à população) possibilitam que pessoas possam procurar ajuda em um momento de crise ou maior necessidade.
“O simples fato de saber que aquilo que se está pensando ou a dificuldade que se está passando é mais comum do que se imagina e que existem pessoas disponíveis para falar sobre e ajudar, já são passos muito importantes nessa prevenção”, diz Mayra.
Ela explica que uma pergunta simples como “posso te ajudar de alguma forma?” já permite a quebra de uma barreira entre a pessoa que está sofrendo e as pessoas a sua volta, aumentando as chances de se pedir ajuda.
Quais os cuidados necessários na hora de abordar esse assunto com jovens?
“Ao falar sobre suicídio com jovens precisamos ter os mesmos cuidados que temos ao falar com qualquer pessoa sobre esse assunto, como evitar julgamentos morais e religiosos; evitar minimizar ou relativizar o sofrimento da pessoa; mostrar abertura para escutar e acolher a pessoa; e falar sobre o tema de forma respeitosa.”
Mas é importante ressaltar: se for identificado que o jovem está com ideações suicidas, é necessário entrar em contato com um adulto responsável que fique incumbido de acompanhá-lo na busca pela ajuda necessária. É possível prevenir o suicídio. Mas para isso, é necessário falar sobre.