Ensinar os filhos a lidar com erros e frustrações irá ajudá-los na escola

A evolução pedagógica ocorre gradualmente erros fazem parte do processo de aprendizagem 

Quando um estudante comete erros em questões avaliativas, é natural que ele se sinta frustrado e perca a motivação para prosseguir. Podem surgir dúvidas quanto à própria capacidade, medo de ser repreendido, baixa tolerância à frustração, dificuldade para solicitar ajuda, ou até mesmo a vontade de concluir rapidamente a tarefa que fica “travada” quando ocorrem os erros. 

Mas é importante ter em mente que errar faz parte do aprendizado. “Dentro do meio familiar, escolar e/ou social pode haver uma expectativa muito grande, e muitas vezes o estudante sente-se cobrado e pressionado. Assim, pode gerar o medo de errar e ser repreendido ou de decepcionar os outros”, diz Silvia Hasse, psicóloga do Serviço de Atendimento Psicológico (SAP) do Curso Anglo. 

Fazendo um paralelo com uma situação concreta, quando um bebê está aprendendo novas aquisições (como andar, falar), ele não sabe fazer isso desde o início. Então, ele vai aos poucos, incialmente engatinha, coloca-se em pé com apoio, depois experimenta se virar e assim vai testando o próprio equilíbrio, até dar os primeiros passos. Nesse processo, cai muitas vezes e vai aprendendo com base nos erros e acertos. 

Além disso, no período escolar, os estudantes devem lembrar-se que a evolução pedagógica ocorre gradualmente e cada pessoa terá maior facilidade em determinada área do conhecimento, e dificuldade em outra. 

“Em relação aos pais, cabe ter bastante respeito ao ritmo de aprendizado dos filhos, compreendendo que este processo é individual e depende de vários fatores. Ou seja, os filhos podem aprender de maneira diferente que os próprios pais, irmãos, primos, etc”, diz Hasse. Nesse sentido, as comparações não costumam ajudar, mas pelo contrário, costumam gerar mais pressão e ansiedade no estudante, que se sente diminuído. 

“É importante que os pais busquem acolher as dificuldades que os estudantes apresentam, sem menosprezá-las e avaliando a necessidade de ajuda extra quando necessário – seja por meio de aulas particulares ou acompanhamento pedagógico/psicológico.”

Errar faz parte do aprendizado. Por meio dos erros, é possível ao estudante rever a compreensão que teve de determinado tópico e buscar corrigi-la, ou testar formas diferentes de resolver um problema, ampliando assim seu repertório.

Como lidar com a frustração?

“Primeiramente, é válido refletir sobre suas capacidades, buscando avaliar o que conseguiu cumprir ou não, e entender os motivos. Existem situações em que a carga emocional é muito intensa e, nesses casos, a melhor estratégia é afastar-se do problema para analisá-lo e depois buscar uma solução ou solicitar ajuda”, diz 

Outra estratégia indicada pela especialista é revisar as metas estipuladas e rever as expectativas, analisando se realmente são possíveis ou se precisam ser reformuladas. Muitas vezes, a conclusão bem-sucedida de uma tarefa ou avaliação depende de passos anteriores.

“O estudante precisa ser constantemente motivado para o aprendizado, seja por parte dos colegas, familiares e escola. Deve-se evitar as comparações e todos poderão contribuir para pensar em alternativas para amenizar a dificuldade enfrentada e o estudante não se sentir sozinho neste processo”, finaliza Hasse.

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