Segundo especialista, o exame deve passar por mudanças que sejam coerentes com essa nova escola
Há uma resolução do MEC publicada em 2018 que colocava o prazo de quatro anos para a adequação do Enem ao novo ensino médio, ou seja, em 2022. Segundo Henrique Braga, autor de português, coordenador pedagógico e coordenador do projeto do Novo Ensino Médio do Anglo, essa adequação não significa que o exame já será aplicado em 2022, mas que as matrizes do que vai ser avaliado e de como vai ser o exame já devem estar definidas nessa data.
“O ano de 2022 vai ser o ano em que todos os estados devem obrigatoriamente passar a matricular os estudantes de primeira série no novo ensino médio. Logo, esses alunos vão fazer o Enem 2024 – esse é o prazo para a mudança no exame”, afirma o autor.
Braga explica que o Conselho Nacional de Educação fez uma proposta para o Inep e a instituição irá avaliar. E qual é a proposta? A proposta é que o Enem seja dividido em duas provas. O primeiro dia não seria classificatório e a prova do segundo dia seria específica. “Nós ainda precisamos esperar um pouco para saber se será realmente assim. Mas uma coisa que já está na legislação do novo ensino médio é que o segundo dia do Enem avalie a formação dos itinerários”, explica Braga.
Assim, o estudante teria uma primeira prova em que apareceriam todas as disciplinas, com a perspectiva da formação geral básica que é comum a todo mundo. Já a segunda prova seria voltada para o que se trabalhou nos itinerários formativos. Segundo o autor, nos próximos anos, o Enem deve passar por mudanças que sejam coerentes com essa nova escola e com esse novo ensino médio.
A principal vantagem de ter essa mudança no Enem é que toda a lógica do novo ensino médio consiste em permitir que o aluno potencialize o seu conhecimento naquilo que mais combina com seu projeto de vida. Assim, o estudante que tem mais interesse por carreiras de humanas ou por carreiras de biológicas, vai fazer uma opção já no ensino médio para potencializar o seu estudo e seu conhecimento nessas áreas.
“Um novo Enem que seja coerente com isso fortalece essa proposta de novo ensino médio mais alinhado ao projeto de vida dos estudantes. É mais um fator que legitima essa mudança na educação e que fortalece o projeto de cada escola que abrace e que, de forma séria, planejada e correta implemente o novo ensino médio”, diz o autor.