Existem diversos fatores que devem ser considerados na hora do planejamento para não causar frustração posteriormente
Por que é difícil manter um planejamento? Esse questionamento pode surgir quando muitos não conseguem persistir com suas metas de estudo de início de ano. O planejamento em si leva em consideração uma “situação ideal”, como seria se tudo saísse da maneira como planejado, apesar disso, na realidade prática existem os imprevistos.
“Algumas vezes considera-se que algo demorará mais tempo e realmente demora. Por outras vezes, avalia-se que se desempenhará bem uma ação em menos tempo e na prática não é bem assim e leva um pouco mais de tempo. Além do mais, podem surgir algumas atividades que não estavam no planejamento escolar”, explica Samara Nabuco, psicóloga do Serviço de Atendimento Psicológico do Curso Anglo (SAP).
Segundo a psicóloga, todo planejamento quando efetivado precisa levar em conta o que acontece no cotidiano de fato: tanto imprevistos como outras demandas vão surgindo, então o que é importante para manter um planejamento é ter uma abertura, uma flexibilidade para repensar e se replanejar. Talvez uma estratégia que estava sendo posta em prática precise ser repensada, aprimorada; ou mesmo, prazos para algumas atividades precisem ser alterados – seja porque haverá menor tempo hábil para realizá-los, seja porque se demandará mais dedicação para cumpri-los.
Todos esses percalços precisam ser levados em consideração durante o planejamento, contribuindo para que de fato ele venha a se tornar realidade. “Uma sugestão é levar em consideração esses fatores e já elaborar junto a ele ações que podem ser tomadas quando tais eventos imprevistos acontecem”, diz Samara.
Outro motivo que pode levar as pessoas a deixarem de seguir seus planos iniciais, segundo a especialista, é que feito o “planejamento ideal”, quando posto em prática, pode ocorrer do tempo ficar comprimido para realizar todo o planejado. Assim, importa questionar-se “o que é mais importante?” e, desde o início, selecionar o que será prioridade no período em questão pode ser interessante.
Outros pontos de atenção: “e se houver imprevistos, que outros horários terei para realizar essas ações?”. Quando você faz um planejamento flexível tem espaço para tais ocorrências. Reservar “períodos livres” para os imprevistos pode reduzir a chance de o processo como um todo gerar acúmulos e tornar-se uma “bola de neve”, o que aumenta as chances de desistir de manter as metas.
O que ajuda na manutenção, primeiramente, é não manter esse “planejamento ideal” como imutável. Em segundo, ter em consideração as próprias motivações, para quando as dificuldades surgirem; logo, um bom planejamento envolve compreender “o porquê de você estar em busca de tais objetivos e metas”, o que lhe motiva buscar melhorar em determinados aspectos – e não dispender energia em outras coisas, por exemplo. Ser realista é ter uma boa base inicial e específica do ponto de partida, do que está bem e o que não está: “não estou bem nisso, quero melhorar até determinado ponto”, “estou indo bem nisso, quero manter assim”.
“Quando se realiza um planejamento equilibrado – incluindo as dificuldades pessoais, não focando apenas no mais fácil – auxilia a manter a motivação geral. Entender que não necessariamente haverá um desempenho igualitário em todas as áreas: alguma poderá precisar de um esforço maior, outra de um esforço menor”, diz Samara. É essencial aprender a equilibrar, dosar, ter foco e estabelecer prioridades (seja em matérias, seja em conteúdos); como também saber pedir ajuda quando necessário for.
Por fim, além desse gerenciamento das matérias durante o dia a dia, algo que favorece a manutenção do planejamento é procurar manter um equilíbrio constante da dedicação a elas ao longo dos períodos (mensais, trimestrais, semestrais, anuais).
“É importante que não haja uma rigidez extrema ao cumprir o planejamento, para que assim, quando não for possível cumpri-lo idealmente, não se esmoreça, não se desanime. O principal é a constância no geral. Não levar ao pensamento “se nesse dia não deu certo, então tudo deu errado”. Ter essa flexibilidade, aprender a persistir”, afirma a especialista. A “não-desistência” envolve aprender a persistir apesar de haver dificuldades. Lembre-se: o planejamento não é um fim em si mesmo, ou seja, ele é um norteador para uma boa realização dos estudos.