Orientação profissional pode auxiliar os jovens na escolha da carreira ao propor reflexões sobre seus valores e interesses e sobre o mundo do estudo e do trabalho
Muitos estudantes do Ensino Médio ficam em dúvida sobre qual área de estudo se encaixa mais em seu perfil: humanas, exatas ou biológicas. Essa escolha é muito desafiadora porque define, de certa forma, o rumo do curso superior e da carreira e o grau de realização profissional ao longo da vida.
Nessa jornada da escolha da profissão, é esperado que o adolescente sinta medo e tenha inseguranças e angústias. Mas esse processo não precisa ser solitário. “O ideal é que o jovem compartilhe seus pensamentos sobre sua futura carreira com as pessoas que são importantes para ele, como a família, os professores e amigos, que podem apoiá-lo”, aponta Paula Pimenta, do Serviço de Atendimento Psicológico (SAP) do Curso Anglo. “Também vale a ajuda de um profissional, como um psicólogo, que faça orientação profissional.”
Teste vocacional com ressalvas
Um instrumento comumente utilizado para auxiliar os adolescentes a descobrirem o seu perfil profissional é o teste vocacional. Mas Paula faz ressalvas sobre isso. Segundo ela, se mal aplicado e interpretado, o resultado pode ser restrito, fechando as possibilidades por conta de alguns preconceitos ou estereótipos profissionais.
A especialista dá um exemplo: “Se dissermos que fulano é bom em argumentação, gosta de ler e sempre batalha pelas injustiças sociais, logo tem que ser advogado. Mas será que, a partir dessas características, é possível confirmar que o perfil dessa pessoa é de humanas ou que se encaixa na carreira do Direito?”
Ela questiona se esses aspectos também não são encontrados em outras profissões, como um professor universitário, que se debruça em estudar questões sociais, um jornalista investigativo, um sociólogo ou, ainda, um engenheiro que lidera um projeto de habitação social.
Orientação profissional e autoconhecimento
Paula indica como a melhor alternativa a orientação profissional, que traz uma perspectiva mais abrangente do que um simples teste vocacional. “Há dois pontos importantes nesse processo: a reflexão sobre si mesmo e sobre o mundo do estudo e do trabalho”, explica.
Ela destaca alguns questionamentos que os estudantes devem ser fazer nessa etapa de autoconhecimento, durante a orientação profissional:
- Quais são meus interesses hoje (e desde quando tenho esses interesses)?
- Quais atividades gosto de realizar e quais não gosto?
- Em quais ambientes eu me sinto bem? (e em quais não me sinto à vontade)?
- Quais são minhas facilidades e habilidades? Qual habilidade eu gostaria de desenvolver mais?
- Quais são minhas curiosidades e motivações?
Essas reflexões podem ser feitas seguindo uma linha do tempo, para o jovem se perceber no passado, no presente e, assim, projetar-se no futuro.
De acordo com a psicóloga, a orientação profissional ajuda o estudante a reconhecer seus valores pessoais e como costuma lidar com momentos difíceis, como transições na escola, processos de aprendizagens e outros desafios.
“Com essa análise, é possível compreender melhor como o jovem se relaciona com as pessoas nas esferas do estudo e do trabalho e identificar suas motivações. Tudo isso ajuda a construir o caminho que faz mais sentido trilhar ele chegar ao seu objetivo”, conclui.
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