O Trabalho com Projetos permitiu aos estudantes do 2º ano se aprofundarem em temas envolvendo questões sociais
Desenvolver a cultura científica com o segundo ano do Ensino Médio tem transformado a vida dos estudantes do Colégio Emílio Ribas. A instituição de Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, realiza o “Trabalho com Projetos” com o objetivo de preparar os alunos para a vida acadêmica e, ao mesmo tempo, inseri-los na comunidade escolar.
“O projeto está no décimo primeiro ano e funciona como uma iniciação a pesquisa científica. Os alunos se juntam em grupos, escolhem um tema, fazem o trabalho e o apresentam no final do ano a uma banca especializada. Hoje, o projeto tomou uma proporção muito maior do que quando foi criado. O seminário é realizado em uma universidade e os estudantes participam de diversas feiras” conta a professora Tereza Cristina Pereira de Azevedo, coordenadora do “Trabalho com Projetos”.
A ação ocorre durante todo o ano e consiste em três etapas. No primeiro semestre, é trabalhada toda a parte teórica do projeto, incluindo cronograma, metodologia de pesquisa e pesquisa de campo. Uma primeira versão é entregue em junho. Após a correção, feita por um profissional de fora da escola, eles recebem o material e realizam os ajustes necessários. A partir de agosto, começa o treinamento para a apresentação de um seminário sobre o tema proposto.
Neste ano, os 12 grupos falarão sobre temas como a realidade dos jovens na favela, os padrões de beleza feminino e sistema carcerário brasileiro. Cada grupo tem vinte minutos de apresentação e mais 10 minutos para sabatina. Eles ainda precisam confeccionar um vídeo que sintetize todo o trabalho.
“O projeto nasceu de querer fazer algo diferente com o Ensino Médio. O aluno do Ensino Fundamental é muito envolvido, mas quando chega no Médio, se envolve muito na questão do vestibular e pouco com a escola. Mas aqui, quando chega os meses que antecedem a apresentação, vemos que o setor do Ensino Médio tem vida. Os grupos ensaiam a tarde inteira, competindo e ao mesmo tempo se ajudando. O ganho também ocorre na relação do professor com o aluno. Eu vejo em sala de aula”, afirma a professora.
Nota
No primeiro bimestre, não há nota para os alunos que realizam o projeto. Já no segundo bimestre, o grupo que não fura nenhuma data de entrega recebe um ponto acrescido na média de língua portuguesa. No terceiro bimestre, a nota entra na média de todas as matérias, com peso um. A nota da apresentação entra no quarto bimestre e também vale um ponto na média.
“Na segunda parte eles se empolgam, é como se fosse uma final de campeonato, disputam décimo a décimo. Fazem camiseta, se ajudam” conta Cristina. Para a professora, o grande ganho do projeto é na memória discursiva e na capacidade de analisar a realidade.
“Na maioria das escolas, o aluno está inserido em um ambiente de muita competitividade. Nesse projeto é diferente, todos os estudantes participam, não existe seleção, todos somos um grupo. É uma satisfação vê-los ganhando espaço e sendo protagonistas. Já vi alunos modificarem o percurso no Ensino Médio devido ao projeto. Eles param de “empurrar com a barriga” para buscar meios de fazer a diferença no mundo que os cerca”, conta sobre a experiência a professora.
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