Entenda por que a retenção é um caminho de aprendizado quando feita com o apoio da escola e da família
Para alguns alunos, o final do ano representa a passagem para um novo ciclo escolar, já outros estudantes precisam recomeçar e encarar a realidade de uma reprovação. É importante ter em mente, porém, que a reprovação estudantil não é resultado apenas de uma ação isolada, mas sim um conjunto de situações que ocorreram no decorrer do processo de aprendizado do aluno e que levaram ao desempenho baixo ao longo do ano letivo.
Apesar de não ser uma primeira solução adotada pela escola, a retenção pode trazer uma nova chance de obtenção dos conteúdos que não foram absorvidos e pode ajudar a preencher as lacunas no conhecimento do estudante. Para a assessora pedagógica do Sistema Anglo, Rosane Faria, o ideal é que a escola trabalhe tentando evitar que a reprovação aconteça, já que todos os alunos apresentam ritmos e dificuldades diferentes. “Sempre teremos alunos com necessidades maiores em determinados conteúdos e a escola deve estar atenta para oferecer a solução”, aconselha.
Quando não é possível impedir a retenção, o estudante pode tirar um aprendizado da situação, reavaliando sua atuação escolar. Rosane atenta para as medidas que deverão ser tomadas no início desse processo. “Perder um ano letivo nunca é agradável, independente do motivo. Quando ocorre, é sinal evidente de que algo precisa ser feito de forma diferente na trajetória e, se isso for devidamente observado, a reprovação pode ser vista como uma experiência para mudanças”. A assessora pedagógica explica a importância de uma conscientização das perdas que levaram à reprovação e destaca a necessidade de autoavaliação.
Nesse momento é crucial que o estudante conte com o apoio da família e de sua instituição de ensino. Rosane ressalta o papel fundamental de ambas para auxiliar no caminho do aluno. Perguntas como ‘O que era preciso aprender e não foi aprendido?’, ‘Por que não foi aprendido?’, ‘O aluno possui dificuldade ou transtorno de aprendizagem?’, ‘Ocorreu falta de esforço e cumprimento de obrigações e de estudo?’ ajudam a clarear a direção a ser tomada. A partir de suas respostas, novas rotinas e estratégias de estudo e, em alguns casos, ajuda profissional (psicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos) são soluções mais assertivas.
Outro ponto de extrema importância para o aluno é o envolvimento com sua nova sala e com os novos colegas. Já que ele estará em contato com outras pessoas, o ideal é se engajar na classe. Rosane explica: “O aluno precisa encarar como algo novo. Além da sala e dos colegas novos as propostas serão novas, mesmo sendo conteúdo da mesma série. Essas pequenas mudanças acontecem porque o perfil de cada turma acaba direcionando muitas estratégias diferentes das que ele vivenciou no ano anterior. É preciso recomeçar e fazer de outra maneira. Aproveitar o que foi observado e mudar a forma de agir.”