A inclusão escolar é física, social, cultural e traz benefícios tanto para os alunos incluídos como para a sociedade
Muitas vezes quando o termo inclusão é abordado, desperta o entendimento de que estamos falando apenas de pessoas com algum tipo de deficiência. A palavra, entretanto, é muito mais ampla. A assessora pedagógica do Sistema Anglo de Ensino, Débora Hoffmann, relembra que inclusão é o privilégio da convivência com pessoas diferentes de nós. “Toda e qualquer diferença, seja ela física, social, emocional, cultural, religiosa deve ser considerada inclusão”, relembra.
No ambiente escolar, o tema é muito relevante e gera o debate sobre quais medidas as escolas podem tomar para se tornarem mais inclusivas. O primeiro passo é entender a importância da inclusão escolar e desmistificá-la: seus benefícios vão além das melhorias para o aluno que está sendo incluído e influenciam positivamente todo ambiente estudantil. “Conviver com o diferente é perceber as limitações e as superações dele. É despertar em toda a comunidade escolar a quebra do preconceito e os sentimentos como empatia, cooperação e tolerância”, ressalta Hoffmann.
A assessora pedagógica também aponta para as vantagens na formação futura das novas gerações. “Uma criança ou adolescente que convive com um aluno com deficiência física, por exemplo, pode vir a ser um engenheiro ou arquiteto que, por ter convivido com as limitações, desenvolva nos seus projetos soluções inovadoras para acessibilidade e não somente contemple-a por cumprimento da legislação”.
O maior desafio na inclusão escolar continua sendo o preparo das escolas. Muitas vezes, os colégios não estão prontos para receberem os mais diversos tipos de deficiência ou até mesmo para abraçarem alunos com alguma diferença cultural, religiosa, social ou emocional. Hoffmann aconselha a equipe pedagógica a refletir: a qualificação vem após o acolhimento e não o contrário. A ideia é que as escolas se preparem recebendo e convivendo com esses estudantes. Trabalhar o respeito às diferenças com todos os alunos também é outra medida importante para diminuir o preconceito. Um dos caminhos é pensar em ações, aplicar dinâmicas, filmes ou palestras.
O material da Educação Infantil do Sistema Anglo de Ensino ajuda os professores a trabalharem a inclusão na sala de aula com a Turma do Luan. “Cada personagem da turminha traz uma história de diferença (seja ela física, cultural, na constituição familiar, nos gostos)”, conta Hoffmann. O objetivo é auxiliar na experiência dos alunos que não possuem essa convivência real e estimular o respeito à diferença.
“Historicamente integramos o diferente, mas ainda estamos longe de uma inclusão que permita que todos convivam sem olhares ou falas preconceituosas. Acredito que temos muitos anos para experimentarmos socialmente a verdadeira inclusão. Já temos experiências ricas e valiosas, porém os deficientes muitas vezes não são convidados para as festas de aniversário dos colegas e muito menos para dormir na casa deles. Esse é o mundo que eu sonho para a próxima geração: onde todos amem uns aos outros pelo que são”, finaliza.