Escola deve atuar para formar cidadãos que saibam valorizar as diferenças e combater os preconceitos
A multiplicidade de raças, culturas, credos, ideias, religiões e modos de vida é uma característica da sociedade contemporânea, espelha a riqueza da diversidade humana e deve ser valorizada. Vivemos num mundo muito diverso e, se a educação quer dialogar com essa realidade, a temática da diversidade tem que estar presente na escola.
“A boa convivência em uma sociedade cada vez mais diversificada é um dos maiores desafios atualmente. Ela requer práticas de respeito às diferenças, e a escola tem papel importantíssimo em formar cidadãos que saibam praticá-la”, afirma Anderson Silva, assessor pedagógico do Sistema Anglo.
Ele lembra que, no Brasil, ainda convivemos com indicadores alarmantes no que diz respeito a crimes ligados à intolerância e ao preconceito. “Num país com tantas pessoas diversas, identificamos uma sociedade que ainda exercita o racismo, a xenofobia, o machismo, a homofobia e a intolerância religiosa, entre outras práticas, que mostram uma não aceitação de quem é diferente. Nesse contexto, a escola deve se colocar como a maior potência capaz de formar e transformar uma sociedade.”
O assessor ressalta que toda criança nasce livre de qualquer tipo de preconceito e, sendo assim, o melhor momento para tratar o assunto é quando iniciam os primeiros tipos de relacionamentos sociais, ou seja, na escola.
Para Silva, um dos caminhos para enfrentar e superar os conflitos e as discriminações passa pela não omissão diante de práticas de intolerância, pois não cabe de maneira alguma no ambiente escolar atos que incitem o desrespeito e a adversidade. “Piadinhas racistas, homofóbicas ou machistas, brincadeiras com o “gordinho” ou com o “magrelo” da turma devem ser banidas e punidas”.
Outra iniciativa nesse sentido seria a criação de espaços de discussão e problematização das questões ligadas à diversidade, em todos os seus aspectos — social, racial, sexual, religiosa ou quaisquer outros. É importante, no entanto, que isso ocorra de maneira natural, para que esses ambientes não sejam criados apenas quando o conflito aparece. “O trabalho deve preventivo e não remediativo”, destaca. Silva aponta, ainda, que não existe regra nem receita pronta para combater a intolerância, pois cada escola precisa pensar no seu contexto e reconhecer as diferenças que existem dentro dela.
De acordo com ele, um aluno que evita o preconceito interage mais facilmente, criando um círculo de relacionamento diverso e rico, além de trilhar um caminho livre de barreiras, o que possibilita uma vida mais plena e feliz. “E a escola que se propõe a esse propósito fornece aos seus estudantes um ambiente mais pacífico, harmônico e democrático, além de cumprir o seu papel como instituição social”, finaliza o assessor.