Produção de um texto síntese contribui para a organização do raciocínio, fixação do conhecimento e consolidação da aprendizagem
Ao longo do processo de ensino e aprendizagem, são muitas as informações que os estudantes recebem. Por isso, é essencial que os alunos desenvolvam estratégias para garantir uma assimilação mais eficaz, que possam levar a resultados satisfatórios em provas e exames. Para Mariângela Dassi, assessora do Sistema Anglo, uma dessas estratégias são os resumos.
Ela explica que o nosso cérebro absorve as informações, e a maioria delas se fixa numa parte que chamamos de memória de curto prazo. Se não usarmos algum mecanismo para transportar essas informações para uma outra parte, chamada de memória de longo prazo, não somos capazes de lembrar muito do que ouvimos e estudamos. “Quando retomamos os assuntos e, de preferência, no mesmo dia, nosso cérebro tem maior capacidade de fixar e garantir a aquisição de conhecimento. O resumo permite ao estudante essa retomada e, certamente, um melhor desempenho nas avaliações”.
Fazer um bom resumo, no entanto, não é tarefa fácil, pois demanda trabalho, tempo e dedicação. Embora seja algo trabalhado na escola desde muito cedo, Mariângela aponta que a maioria dos alunos tem dificuldade para desenvolver um resumo adequado.
A técnica para elaborar um resumo eficaz inclui capacidade de síntese e seleção de palavras-chave. “O estudante pode explicar o que aprendeu a si mesmo ou a outra pessoa, pois aprendemos quando somos capazes de explicar do ‘nosso jeito’ aquilo que lemos, ouvimos, experimentamos. Também vale uma leitura das anotações de aula ou até mesmo um retorno à teoria dos livros e apostilas, destacando o que considera fundamental”, orienta a assessora. Ela acrescenta que toda disciplina pode fazer uso desse recurso, não apenas as de humanas.
Mariângela lembra que é essencial que o conteúdo do resumo tenha sido compreendido, pois só assim o seu propósito será cumprido, ou seja, o de garantir que o aluno, quando necessitar do conhecimento, terá a facilidade de acionar no seu cérebro as informações de que necessita.
“Essa estratégia não serve apenas para os alunos que estão se preparando para o vestibular. Ela é imprescindível para o estudante de qualquer segmento, uma vez que aprender exige construção. Ao longo da vida escolar, aprendemos e aprimoramos aquilo que já estudamos, e toda retomada contribui para a solidificação da aprendizagem”, destaca.
Em relação aos tipos de resumo, além do texto linear outras formas têm sido usadas, como as fichas, os mapas conceituais e os mapas mentais.
No fichamento, os pontos mais relevantes do texto são desenvolvidos, e não apenas destacados, e pode-se ainda produzir uma nova conclusão a partir das ideias principais e usar citações do autor. Essa forma de resumo é indicada para ajudar no entendimento do texto e garantir o domínio do assunto.
Os mapas conceituais, por sua vez, facilitam a organização do pensamento, considerando que as palavras-chaves são colocadas em caixas, e seus complementos formam ramificações ampliando a sequência de raciocínio. Entre as caixas com as palavras-chaves são usados conectores que garantem o sentido do texto para quem o produz.
Já o mapa mental não traz linearidade, mas o estudante utiliza várias linguagens para construir de maneira visual uma síntese do que aprendeu. Usando frases, palavras, ícones e desenhos, o aluno desenvolve o texto considerando o entendimento que tem do assunto e a relação que estabelece entre o que aprendeu nas aulas e o seu cotidiano.
“Essas são técnicas descontraídas e dialogam com a forma de aprender que o mundo digital tem nos imposto, uma vez que o hipertexto se faz necessário na organização das ideias”, afirma Mariângela. Ela considera que todos esses instrumentos são eficazes, e o estudante precisa utilizá-los para verificar qual deles funciona melhor para atingir seus objetivos.
A educadora também conta que, com o avanço da tecnologia, hoje já há programas que auxiliam na elaboração de textos síntese, facilitando a organização e trazendo um formato pronto. “Essa técnica é muito comum e largamente utilizada. Há anos tem sido aprimorada e possibilita que os estudantes do século 21 façam uso da maneira como melhor atender suas necessidades de estudo”.