Medida provisória estabelece o cumprimento de 800 horas, mas os 200 dias letivos não são obrigatórios; na retomada das aulas, avaliação diagnóstica e reforço serão fundamentais
A suspensão das aulas presenciais devido à pandemia do novo coronavírus tem levado as escolas a adaptarem o calendário pedagógico. Uma das principais diretrizes para fazer esse ajuste é a Medida Provisória (MP) 934, decretada em abril, que dispensa as escolas de educação básica da obrigatoriedade de cumprir os 200 dias letivos, mas determina a carga horária mínima de 800 horas.
Segundo Vinícius de Paula, coordenador do Colégio Anglo São Paulo e autor de história do Sistema Anglo, as escolas que entraram em férias podem ajustar o calendário a partir da volta às aulas. Já as que continuaram as atividades de forma online têm condições de seguir normalmente, com uma adequação ou outra de datas. “Aqueles que não conseguirem fazer isso podem usar parte das férias de julho e também os feriados e as emendas de feriados”, explica. “Se isso não for suficiente, ou no caso das escolas que perderam muito tempo ou não conseguiram estabelecer a rotina online, o que é uma realidade de muitos estabelecimentos brasileiros, as aulas podem avançar até janeiro de 2021.”
O coordenador aponta que é preciso redesenhar o calendário e os dias letivos causando o mínimo de perdas para toda a comunidade escolar. Por exemplo, as escolas que não pararam e terão que adaptar apenas o calendário de provas e de notas, isso pode ser feito no contraturno das aulas e aos finais de semana. Para as escolas que paralisaram as atividades e precisarão fazer reposição de aulas, é importante elaborar um replanejamento minucioso do calendário, usando sábados, feriados e emendas de feriados futuros. “Isso para que o aluno consiga ver toda a matéria e ter todo o conteúdo até, principalmente, a data dos vestibulares, no que diz respeito ao Ensino Médio. Para os outros segmentos, é possível estender até 2021”, destaca.
Ele conta que as escolas parceiras do Sistema Anglo não tiveram problemas nesse sentido, graças à plataforma Plurall e às rápidas soluções apresentadas pelo sistema de ensino. Dentro da plataforma foi possível abrir aulas online por meio do hangouts meet, e as atividades puderam continuaram normalmente. As férias acontecerão em julho, e todos os conteúdos serão dados antes dos vestibulares.
Na retomada das aulas presenciais, de acordo com ele, a ideia é fazer algum tipo de avaliação diagnóstica para identificar eventuais problemas e conteúdos que ficaram para trás. “Após diagnosticar essas questões, nós vamos oferecer um reforço aprofundado para tentar diminuir os danos causados pelas limitações do ensino a distância. Se eu fosse dar uma dica para as escolas, a minha sugestão seria essa, a de diagnosticar os problemas que ficaram para resolvê-los com aulas de reforço”.