Estudante deve se questionar sobre os motivos da alteração; é preciso entender essa escolha e seus impactos na preparação para os exames e no futuro profissional
Escolher o curso superior e, consequentemente, a profissão é uma decisão difícil, que pode gerar muitas angústias nos vestibulandos. Por um lado, sonhamos com esse futuro desde muito cedo, mas, quando chega a hora de efetivamente fazermos uma escolha, muitas dúvidas costumam aparecer.
“Isso pode acontecer por influência de familiares e o desejo não desapontá-los, por termos interesses múltiplos ou até mesmo por não nos imaginarmos ou não percebermos em nós mesmos interesses e habilidades que possam levar a um sucesso profissional. Aliás, a própria ideia de sucesso varia muito de pessoa para pessoa”, diz a psicóloga Mayra Temperine, do Serviço de Atendimento Psicológico (SAP) do Curso Anglo.
Segundo ela, para realizar essa escolha, o estudante deve levar em conta sua individualidade, por meio do autoconhecimento, informações concretas sobre cursos, instituições de ensino superior e mercado de trabalho, além do seu contexto — por exemplo, se será possível mudar de cidade, se terá necessidade de estagiar ou trabalhar paralelamente à faculdade e se há a possibilidade de ingressar em uma instituição particular.
Se depois de passar por todo esse processo e ter feito a escolha vier o desejo de alteração de curso, a orientação é tentar entender o que está por trás dessa mudança. “Em alguns casos, pode ser o receio de não conseguir atingir a nota necessária para ingressar no curso. Ou pode ser que a pessoa tenha entrado em contato com outras áreas e percebido outro caminho que gostaria de seguir”, observa a psicóloga.
Ela pondera que diferentes vestibulares vão possibilitar saídas diversas. “Se a inscrição já foi realizada com a seleção de um curso, não dá para alterá-la. Será necessário esperar o próximo ano ou verificar a possibilidade de transferência interna. Mas se a inscrição não está atrelada a um curso, como é o caso do Enem, aí é possível a mudança.”
Uma vez identificado que existe o receio de não atingir a nota necessária, se o aluno tiver muito interesse em fazer um determinado curso, vale refletir se é possível investir mais um ano na preparação para o vestibular. “Se não houver essa condição, ainda há um tempo até os vestibulares para, com planejamento e organização, revisar conteúdos que ele ainda não domina e relembrar assuntos que possa ter esquecido, possibilitando, assim, aumento nos acertos”, destaca Mayra.
No caso de um novo interesse, é importante considerar o quanto houve de reflexão e investigação nessa nova escolha. Muitas vezes, vale a pena separar algumas horas para pesquisar mais e entender melhor as opções que se abrem para essa nova opção de curso.
“Por mais que haja pressão para se manter estudando e não gerar atrasos, essa pausa pode influenciar decisões a respeito do próprio estudo, já que pode alterar quais são as matérias específicas ou que terão maior peso no vestibular. Entender a escolha e se informar sobre os seus desdobramentos é importantes para ajustar a forma de estudar e as prioridades do aluno.”