Educadores devem manter os momentos de lazer, procurar ter um sono de qualidade e buscar atividades prazerosas, sejam elas físicas, manuais, criativas ou meditativas
A dinâmica da sala de aula e o processo de ensino e aprendizagem dependem em grande medida dos professores. Eles são figuras essenciais no ambiente escolar, e o cuidado com a sua saúde mental é fundamental para que possam exercer suas funções da melhor forma possível, desde a preparação e a condução das aulas até a avaliação dos alunos.
“O professor também serve como referência para os estudantes, que o observam e, muitas vezes, buscam nele a motivação para se manterem engajados na escola”, diz a psicóloga Silvia Beier Hasse, do Serviço de Atendimento Psicológico (SAP) do Curso Anglo. “Além disso, o ensino é um processo, em que cada etapa depende da anterior e dá condições para a seguinte ocorrer, sucessivamente. Portanto, as falhas que ocorrerem em algum desses elos podem prejudicar a sequência do aprendizado”, completa.
Segundo ela, em tempos de pandemia, os professores também podem ser afetados pelas incertezas que a crise sanitária gera em relação ao ano letivo. Nesse contexto, é fundamental que eles cuidem da sua saúde mental, ao manter horários para o lazer, ter sono de boa qualidade e buscar atividades prazerosas, sejam elas físicas, manuais, criativas ou meditativas.
Silvia observa que, principalmente com o home office — embora muitas escolas tenham solicitado que os professores façam o ensino remoto de dentro da instituição –, os professores precisaram rever toda a configuração familiar e a organização da rotina doméstica. “Para que isso ocorra da maneira mais natural possível, eles precisam contar com outros apoios, como pessoas de confiança que auxiliem nos horários de trabalho. E, quando possível, separar um cômodo da casa para servir como espaço de trabalho, de forma a preservar outros ambientes para descanso.”
Em relação ao retorno presencial, ela recomenda buscar informações sobre protocolos e cuidados com a saúde, para aumentar a sensação de segurança, e verificar junto à escola o cumprimento das normas.
Manter-se ativo, criando novas propostas aos alunos e modificando a dinâmica rotineira, e revisar os métodos de ensino para encontrar o que mais se adapta às condições atuais e trazer motivação para si são outras orientações. “Conversas ativas e constantes com gestores e diretores para planejar as ações também são práticas que vão ajudar nessa retomada”, finaliza a psicóloga.