Práticas pedagógicas no ensino remoto devem ser diferentes das adotadas no presencial e envolver mais dinamismo, participação dos estudantes e uso de metodologias ativas
Depois de mais de um ano de pandemia, em que as aulas seguem na maior parte das escolas no modelo remoto, manter a atenção e o engajamento dos alunos nos estudos online se torna um grande desafio.
“A percepção que temos é que existe uma exaustão de toda a equipe, professores e estudantes, todos muito cansados desse cenário. Por outro lado, percebemos que esse ambiente digital, que até então era pouco explorado pelas escolas, hoje é muito mais conhecido, tanto pelos docentes como pelos alunos, que já lidam desde pequenos com o ambiente tecnológico, mas não no contexto educacional”, diz Anderson Alberto da Silva, assessor pedagógico do Sistema Anglo.
Segundo ele, desde o começo do ensino remoto ficou claro para a gestão e os professores que as práticas pedagógicas deveriam ser diferentes das adotadas no presencial. “Os professores foram se dando conta de que o modelo precisava de mudanças, e elas continuam sendo necessárias. O processo é dinâmico, e alterações necessitam ser feitas.”
Como regras básicas, Anderson indica deixar câmeras ligadas para o professor perceber se de fato o aluno está acompanhando a aula e, na medida do possível, promover interação com os estudantes por meio de perguntas, chamando-os pelos nomes, para mantê-los atentos e motivados. Em relação às práticas pedagógicas, é recomendável que os professores preparem aulas mais dinâmicas e que motivem o engajamento e o protagonismo dos estudantes.
Uma sugestão é o uso de metodologias ativas, para garantir que o aluno seja o centro da aprendizagem, como a sala de aula invertida e a rotação por estações de aprendizagem. “Vale a pena também um esforço dos professores e dos gestores em repensar o tempo da aula, no sentido de diminuir a duração da aula expositiva, para não levar a uma exaustão e criar momentos de maior participação dos alunos”, recomenda.
Anderson observa ainda que fala-se muito em ensino híbrido, mas esse conceito remete à adoção de práticas pedagógicas diferenciadas, buscando maior participação do aluno. “Isso é essencial no ensino remoto para podermos superar esse cansaço e fazer com que a aprendizagem seja mais significativa.”
Como exemplos de propostas que ajudam a despertar o interesse dos estudantes e dar protagonismo a eles, ele cita algumas ferramentas usadas pelo Anglo, como o Matific, que utiliza gamificação para matemática, os Cloud Labs, laboratórios digitais para as aulas de ciências da natureza, e os vídeos Twig e Tigtag.
Outra medida que cabe à escola, de acordo com ele, é orientar as famílias e os alunos de como estudar e se comportar nesse ambiente digital, pois trata-se de uma situação nova para a qual não estão habituados. “E, para os professores, mais do que nunca, é importante ter o domínio pedagógico do meio tecnológico”, completa o assessor.