A atitude parece inofensiva, mas pode gerar muita desmotivação para o aluno
É comum que muitos estudantes se comparem com outros colegas da escola e fiquem frustrados com seu desempenho. Normalmente, essa frustração aparece quando o outro aparenta ter uma performance superior ou está muito distante, de forma que há um percurso e são necessários recursos e tempo para se chegar ao mesmo nível. Mas todo esse cenário desconsidera uma série de fatores.
“Comparações entre desempenhos podem ser comuns no ambiente escolar, por esse motivo é importante levar em consideração o ponto de partida de cada um, que possuem históricos de vida, escolares e referências diferentes. Os desempenhos não são iguais por fatores como as diferenças pessoais, interesses distintos, além do das facilidades e dificuldades de cada pessoa”, explica Samara Oliveira, psicóloga do Serviço de Atendimento Psicológico (SAP) do Curso Anglo.
Comparar-se com outros desconsiderando as variáveis a respeito do próprio percurso e do percurso do outro, por consequência, pode resultar na desmotivação para continuar nesse processo de aprendizagem – justamente o que gera tais desempenhos. Para quem tem o hábito de se comparar, uma dica de Samara é levar em consideração qual é o momento de estudos em que se está, uma vez que pode ser distinto do momento da outra pessoa com quem se está comparando.
Segundo a especialista, é mais benéfico que a comparação seja em relação a si, em relação ao seu próprio histórico de desenvolvimento, a partir da identificação dos avanços nos estudos e de que maneira foram alcançados. “Comparar-se consigo é mais favorável para fazer uma identificação de como está sendo o próprio desempenho ao longo do tempo em determinada matéria, em determinado conteúdo, percebendo dessa forma quais são as dificuldades, facilidades e interesses em cada um desses pontos”. A partir disso, é possível verificar o que dá para desenvolver mais e o que está sendo mantido.
Essa atitude de analisar o próprio desempenho, é importante no processo de aprendizado, porque indica o nível e a velocidade do desenvolvimento (se houve uma queda no desempenho, por exemplo, ou se teve uma melhora progressiva – lembrando que oscilações são naturais).
Mas a psicóloga também ressalta que o momento de outra pessoa pode contribuir e motivar quando essas diferenças, em vez de frustrações ou ansiedades, gerarem também incentivo para a busca do desenvolvimento, sendo uma forma mais positiva de lidar com a situação.