Com o retorno das aulas presenciais, alguns alunos podem demonstrar resistência para voltar ao modelo
Foram meses acompanhando as aulas no modelo online. Muitos estudantes sentiam falta da escola, do convívio com colegas e todas as experiências que apenas o modelo presencial possibilita. Mas, alguns podem não se sentir totalmente confortáveis para voltar às aulas presenciais.
Segundo Silvia Hasse, psicóloga do Serviço de Atendimento Psicológico do Curso Anglo (SAP), nesses casos, é importante abrir um canal de diálogo, para que os pais compreendam as razões dos filhos não estarem confortáveis para retornar para o modelo.
“O desconforto pode estar relacionado a diversos fatores, como insegurança devido aos riscos de contaminação, falta de contato com colegas (devido ao isolamento, muitos estudantes se distanciaram dos amigos), baixa autoestima (em relação à autoimagem, especialmente na fase da puberdade – quando as mudanças corporais ocorrem rapidamente); ou a preocupação em relação ao desempenho escolar, pois o formato online acarretou, para muitos estudantes, em dificuldade para acompanhar os conteúdos”, explica a psicóloga.
A possibilidade de escutar as preocupações do estudante é o que irá ajudar a traçar um plano de ação, inclusive do qual ele possa participar e que seja adequado para sua idade.
Os pais também podem buscar junto à escola mais informações sobre as regras e protocolos que serão seguidos (como uso de máscara e álcool em gel, distanciamento entre alunos, escalonamento de horários, compartilhamento de materiais, etc.), visando maior segurança para o retorno. “Também é importante saber sobre o acolhimento que a escola pode promover para aqueles alunos que estiverem com mais dificuldades, tanto de aprendizado quanto relacionais”, diz Silvia.
Outra orientação é auxiliar os filhos a retomarem contato com colegas e sugerir encontros que promovam reaproximações e, dessa forma, facilitem o retorno ao modelo presencial. Disponibilizar-se a acompanhar mais de perto o calendário e as atividades escolares, principalmente provas e tarefas para entregar, sejam individuais ou em grupo, também é uma opção. “É importante que o estudante tenha suporte e não se sinta sozinho”, afirma.
Por fim, é importante fortalecer o filho no desenvolvimento do autocuidado, por exemplo, por meio de auxílio para identificar situações de maior risco de contaminação e o incentivo a participar de outras atividades, como atividades físicas ao ar livre. Assim, poderá sentir maior segurança para retomar gradualmente as atividades presenciais.