A família deve mostrar a importância da escola e do conhecimento e ajudar na organização de um local adequado e de uma rotina saudável de estudo
A participação dos pais na vida escolar dos filhos – acompanhar a frequência nas aulas, participar de reuniões, conversar sobre a rotina etc. – favorece não só a aprendizagem, mas também o engajamento com o conhecimento.
Carol Lyra, diretora do Anglo Sorocaba, acrescenta que essa postura da família contribui para a valorização da escola e para que as crianças tenham respeito e gratidão pelo que ela representa.
“Quando o pai mostra ao filho que ele reconhece a importância da escola e dos professores, que ela é um ambiente importante, onde ele vai se desenvolver, crescer, e que os profissionais que estão ali são essenciais para isso, a visão da criança também muda nesse sentido”, argumenta.
Nesse contexto, um ponto relevante é os pais e responsáveis considerem o dever como uma coisa legal e não como algo chato, que precisa ser finalizado logo para a criança poder fazer outra coisa ou ir brincar.
“Então, o dever passa a ser um castigo, o que é muito negativo, porque expressa a ideia de que ir à escola e fazer as atividades são coisas ruins. Eu acho que a gente tem que ter uma postura diferente dessa em casa com os deveres escolares”, destaca Carol.
Segundo ela, os pais deveriam aproveitar essa oportunidade para criar vínculos com os filhos e não tornar essa ocasião um momento de atrito ou de recompensa.
Importância da rotina e de um ambiente de estudo adequado
Uma forma das famílias apoiarem a aprendizagem em casa é criando uma rotina saudável de estudos para os filhos. As lições, por exemplo, não devem ser feitas à noite, quando todos já estão exaustos, ou na hora do almoço, com o prato ao lado.
Ao estabelecer essa dinâmica, é preciso considerar os horários mais propícios e organizar um ambiente para essa finalidade. Ele deve ser silencioso, bem iluminado e ventilado e, se possível, ter móveis ergonômicos. “Também é importante que esse espaço não seja bagunçado, pois a bagunça externa pode dificultar a organização interna da criança”, diz a diretora.
“Muitas vezes, falamos que a criança não tem atenção, que eventualmente ela tem TDAH [Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade]. Aí eu me pergunto se ela tem mesmo ou se não é falta de uma rotina saudável, que valoriza os momentos de foco e concentração?”, questiona Carol.
Para ela, quando os pais conseguem proporcionar esses hábitos adequados, e a criança passa a ter uma relação positiva com o estudo, e não tóxica, ela leva essa rotina para o ensino médio, para a universidade e para o cotidiano de trabalho dela. “Ela se torna uma pessoa que sabe executar bem as tarefas, com organização, seguindo prazos, sem tornar aquilo um sofrimento. Quando as crianças são pequenas e a gente ensina tudo isso adequadamente, elas levam isso para a vida delas.”