Confira estratégias para aprimorar habilidades como liderança, comunicação e resolução de problemas
As demandas profissionais sofreram mudanças no século XXI. Além de conhecimentos técnicos, as “soft skills”, habilidades comportamentais e emocionais, têm sido muito valorizadas. Pesquisas e relatórios, como os do Fórum Econômico Mundial, já levantaram algumas competências consideradas promissoras para o mercado de trabalho até o ano de 2030.
Alguns exemplos são:
- pensamento analítico;
- capacidade de resolução de problemas;
- senso crítico;
- liderança;
- agilidade com tecnologias;
- raciocínio lógico;
- inteligência emocional.
Eduardo Calbucci, professor e autor do Sistema Anglo de Ensino, conta que essas habilidades serão cada vez mais relevantes no mundo profissional. “Talvez, em alguns aspectos, até mais importantes do que as competências técnicas e cognitivas mais tradicionais, as chamadas hard skills”.
Liderança, comunicação e resolução de problemas
Sobre essas habilidades, o professor conta que são consideradas competências híbridas. “Elas são uma mistura entre habilidades socioemocionais e cognitivas”, diz Eduardo. A mesma coisa acontece com a criatividade e o pensamento crítico, por exemplo.
Essas competências, como quaisquer outras, podem ser desenvolvidas ao longo da vida. Certas pessoas podem ter facilidade em aprender uma ou outra, assim como é possível ter maior aptidão com um esporte novo ou com uma língua estrangeira. “Mas não é porque eu tenho facilidade que necessariamente eu vou desenvolver aquela competência. Isso pode ser aprimorado”.
Segundo o especialista, a velocidade atual das transformações tecnológicas, evidenciada pelo boom da Inteligência Artificial, demonstra que não há forma de saber como será o mundo daqui a cinco, dez ou quinze anos. “Seremos obrigados a nos reinventar”, aponta. Nesse novo cenário, a interação entre os seres humanos continuará a ser muito importante, e as habilidades comportamentais contribuem para isso.
Como desenvolver essas soft skills?
Eduardo afirma que é importante compreender a conexão entre as competências de liderança, comunicação e resolução de problemas. Por exemplo, um líder precisa saber solucionar eventuais situações do dia a dia, e para isso é necessário entender o outro e se colocar no lugar dele, praticando a empatia ao ouvi-lo com atenção.
“Quando a gente fala em resolução de problemas, estamos falando da capacidade de encontrar um caminho diante de uma situação nova”, comenta. Além da empatia e do respeito, é necessário ter persistência, determinação e deixar a teimosia de lado para encontrar saídas ainda não testadas.
Já sobre a comunicação, Eduardo, como linguista, considera que, muitas vezes, aquilo que incomoda ou ofende uma pessoa não é exatamente o que o outro falou, mas o modo como falou. “Quando temos um cuidado e uma vigilância maior em relação à linguagem, nos relacionamos melhor. E isso, para quem ocupa a posição de liderança, é muito importante”.
O professor usa o exemplo de um líder que diz “você se esforçou muito, mas poderia ter se esforçado mais” durante um feedback para um colaborador. O uso do conectivo adversativo (mas) destaca a última parte da frase, ou seja, o que a pessoa fez de errado, de acordo com Eduardo
Para ele, evitar o uso desse conector adversativo numa situação como essa pode melhorar sensivelmente a capacidade de dar um feedback realmente motivador. O líder pode dizer algo como “você se esforçou muito e pode se esforçar ainda mais”. Nesse caso, a relação não é mais de oposição, mas de adição.
“Essas minúcias linguísticas não são desimportantes”, alerta Eduardo. “Pelo contrário: quando temos consciência desses fenômenos, conseguimos nos comunicar de maneira mais assertiva e estabelecemos melhores conexões”. Ele salienta que, quando um líder consegue fazer isso, tem equipes cada vez mais motivadas, flexíveis, harmoniosas e preparadas para enfrentar os desafios do século XXI.