Itinerários formativos permitem maior protagonismo dos alunos na aprendizagem

Novo material do Ensino Médio do Anglo, disponível a partir de 2021, vai incluir esse componente; proposta é trazer conteúdos significativos, que proporcionem experiências práticas

A partir de 2021, o novo material do Ensino Médio do Sistema Anglo vai contemplar, entre outras novidades alinhadas às novas diretrizes curriculares para esse nível de ensino, os chamados itinerários formativos. Trata-se de um conjunto de situações e atividades educativas que os estudantes poderão escolher, conforme seus interesses, para ampliar a aprendizagem em uma ou mais áreas de conhecimento.

Márcio Miranda, autor de ciências do Sistema Anglo, explica que os itinerários organizam-se a partir de quatro eixos estruturantes: investigação científica; processos criativos; mediação e intervenção sociocultural; e empreendedorismo. E, diferentemente da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em que as habilidades se referem a um determinado corpo de conhecimento, os itinerários são mais amplos e têm o objetivo de aprofundar as aprendizagens relacionadas às competências gerais das áreas de conhecimento e consolidar a formação integral dos estudantes.

Os itinerários também preveem desenvolver a autonomia para que os alunos realizem o seu projeto de vida, possam tomar decisões e agir nas diversas situações, dentro e fora da escola. Promovem, ainda, valores universais, como ética, liberdade e democracia. “Nesse sentido, eles dão liberdade para que se escolha o conteúdo com o qual se vai trabalhar. A ideia é que sejam conteúdos mais significativos, que levem à reflexão e criem oportunidades para que os alunos vivenciem as experiências educativas na prática”, diz o autor.

Em ciências da natureza, por exemplo, na habilidade “investigar e analisar situações-problema e variáveis que interferem na dinâmica de fenômenos da natureza e/

ou de processos tecnológicos”, no eixo “investigação científica”, o professor pode propor aos alunos que investiguem como o WI-FI se distribui dentro de uma casa, como a onda se propaga e quais fenômenos estão por trás disso. Já na habilidade de levantar e testar hipóteses, é possível investigar o consumo de energia de uma residência ou calcular a velocidade da luz ao usar um forno microondas .

O autor destaca que, no novo material do Anglo, os itinerários terão uma versão completamente digital, com ferramentas interativas para potencializar a aprendizagem. “Um processo físico, como a transferência de carga elétrica de um corpo para outro, em vez de ser mostrado para o estudante numa foto ou ilustração, será na forma de um objeto virtual e animado.”

Outro diferencial, segundo ele, é que todos os módulos vão ter um vídeo de abertura, que poderá ser usado no contexto das metodologias ativas. Na sala de aula invertida, por exemplo, os alunos assistem ao vídeo introdutório em casa e discutem em sala de aula. Miranda também lembra que, assim como o Guia de Metodologias Ativas, lançado em maio pelo Anglo, está sendo finalizado o Guia de Matriz de Projetos, pois os itinerários têm essa possibilidade de trabalho mais robusto com projetos.

Para o autor, a vantagem para os alunos é ter um ensino mais atrativo, que vai envolver questões mais intrigantes e envolventes, e que o coloca no centro da aprendizagem. Em relação à atuação dos professores, MIranda diz que eles podem ficar tranquilos, pois, embora a roupagem seja diferente, os conteúdos e conhecimentos mobilizados serão os mesmos das aulas de física, química e biologia. “Mas é bom reforçar que os itinerários exigem certa flexibilidade do educador, para se adaptar a essa mudança de perfil do aluno, trabalhar com metodologias ativas e colocar o estudante como protagonista do processo de aprendizagem.”

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