Iniciativa desafiou os alunos a desenvolverem habilidades como escrita, persuasão, improviso e oralidade
A escrita é uma das técnicas que intelectualmente mais exigem do ser humano. Elaborar ideias e estruturas, escolher as palavras mais adequadas e dispô-las de maneira inteligível para os outros exige o hábito de se relacionar com a própria linguagem. Para entrar em uma universidade, por exemplo, os alunos devem comprovar que possuem domínio sobre os diferentes estilos de linguagem.
Lidar com essa heterogeneidade da escrita faz parte de uma iniciativa do Colégio Participação (Holambra – SP). Os estudantes do 2º ano do Ensino Médio foram desafiados pela professora de Redação, Bárbara Heliodora Quintaes, a desenvolverem aspectos da linguagem por meio da escrita e da oralidade.
Ela comenta que, pelo fato de suas aulas renderem muitos debates, surgiu a ideia de transformar as discussões em um projeto. “Usei dessa característica da classe em prol de um projeto que estimulasse a argumentação”, recorda.
No projeto “Redações”, a turma, simulando um tribunal de júri, aprendeu a trabalhar conceitos da linguagem verbal como gramática e argumentação, além de habilidades orais como persuasão e improviso. O tema foi um polêmico caso ocorrido nos Estados Unidos, adaptado à legislação brasileira, em que uma jovem foi julgada por “encorajar” seu namorado ao suicídio.
Em grupos, os estudantes se organizaram em júri, promotores, defensoria e juiz, e cada um organizou seu raciocínio a partir das pesquisas sobre o ocorrido. Eles puderam perceber a diferença entre as linguagens escrita e oral. “O projeto não é apenas para aprender a prática da escrita ou construir um entendimento; a linguagem é um exercício constante de cidadania. Saber defender direitos e ideias requer estruturar diversos assuntos abordados aqui”, diz Bárbara.
Para auxiliar na apresentação, a classe ainda consultou advogados da região e a Constituição Federal brasileira. “O importante desse trabalho é aprendermos que em Comunicação, a forma como nos expressamos, por vezes é tão ou mais valiosa do que o conteúdo em si”, finaliza a professora de redação.
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