Jogo precisa ter um determinado tempo de uso e intencionalidade pedagógica; é possível trabalhar raciocínio lógico e habilidades como coordenação motora e concentração
A cultura digital é uma das competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). No sentido de trazer a tecnologia como recurso para a prática pedagógica, o videogame pode ser um aliado na aprendizagem das crianças e dos adolescentes da Educação Básica. Mas é preciso atentar para alguns cuidados.
“Todo jogo necessita ter um tempo de uso, assim como uma intencionalidade, quando o enfoque é pedagógico. O ideal é fazer uma seleção bem criteriosa, pois há jogos que não são adequados para o público infanto-juvenil”, diz Alexandra Morastoni Copruchinski, assessora pedagógica do Sistema Anglo.
Segundo ela, após fazer uma escolha cautelosa, é preciso acrescentá-lo no planejamento pedagógico, tendo claro as competências e habilidades que ele desenvolve, seu objetivo e período de utilização. “Precisamos pensar que, com as aulas remotas, nossos alunos já estão passando uma boa parte do tempo em frente ao computador. Então, devemos dosar tudo isso, conforme a idade dos estudantes”.
A assessora aponta que, além do videogame, há aplicativos com jogos diferenciados que auxiliam no processo de aprendizagem. Dentro do Plurall, por exemplo, a Matific é uma plataforma de jogos que tem o objetivo de auxiliar no conhecimento da matemática, contribuindo para o desenvolvimento do raciocínio lógico entre outras competências.
“Observamos que o uso controlado do videogame e a utilização de jogos adequados também ajudam a desenvolver a coordenação motora, a concentração, a memória, o foco e a capacidade de tolerância a frustrações. Estas são habilidades extremamente importantes a serem trabalhadas com as crianças e os adolescentes”, destaca Alexandra.
Ela ressalta, no entanto, que o uso em excesso do videogame pode ser prejudicial. “Os jovens podem desenvolver o sedentarismo, além de comprometer as interações sociais reais.”
Para que isso não aconteça, é importante organizar uma rotina, com o tempo adequado de utilização e pausas para se levantar e se movimentar. Também é recomendado atentar se a criança ou o jovem não está muito próximo da tela, a fim de evitar problemas na visão, e se a postura está adequada. “Cuidar desses aspectos, planejar e corrigir o que for necessário farão do videogame mais um recurso para o processo de ensino e aprendizagem”, finaliza a assessora.