Mudança de comportamento em sala de aula pode indicar problemas emocionais

Segundo especialista, os professores têm um papel importante na hora de identificar as dificuldades e intervir junto com a escola

Para o conteúdo pedagógico ser bem aproveitado, é fundamental haver disponibilidade por parte do aluno, tanto no aspecto cognitivo quanto no emocional. Por isso, quando os estudantes enfrentam questões emocionais, a concentração, a compreensão do conteúdo e a motivação podem ser prejudicadas. 

Como os professores atuam diretamente no desenvolvimento da aprendizagem podem ser os primeiros a notarem as mudanças. “Quando o docente consegue identificar as dificuldades, ele pode buscar abrir um espaço de diálogo com o aluno, permitindo que este se expresse e não se sinta sozinho, mas amparado para recuperar seu melhor aproveitamento”, afirma Silvia Hasse, psicóloga do Serviço de Atendimento Psicológico do Curso Anglo (SAP).

Segundo Hasse, existem diversos sinais que podem ser observados, como mudança de comportamento (aluno fica mais agressivo, triste, apático, ansioso), queda no rendimento escolar, atraso na entrega de atividades, falta de vontade ou desinteresse de ir para a escola e dificuldade em entender as propostas. Além disso, ela destaca a importância de observar se o estudante consegue desenvolver atividades em grupo e como está se relacionando com os amigos – o afastamento ou introspecção podem ser sinais relevantes de um desequilíbrio emocional.

Como o educador pode oferecer suporte ao estudante nessas situações?

“Inicialmente, cabe ao educador verificar quais recursos ele e a escola dispõem para auxiliar”, explica a psicóloga. Esse auxílio pode partir de uma atenção individualizada, como um horário específico para estar com o aluno que esteja em dificuldade; verificar a possibilidade de flexibilização de alguns prazos, para que ele tenha mais tempo de compreender e acompanhar adequadamente o conteúdo; e, caso o estudante esteja afastado dos colegas, promover mais atividades em grupo e ajudá-lo a se inserir.

Outro fator a ser mobilizado é a rede de suporte, composta pelos familiares. “O educador pode direcionar para a orientação pedagógica da escola, quando houver, para que os responsáveis sejam convocados para uma conversa, a fim de compreender melhor a situação e alertá-los sobre as dificuldades que foram observadas”, diz. Por fim, Hasse destaca que pode haver a necessidade de encaminhamento para profissionais que ofereçam suporte psicológico, psicopedagógico ou avaliação médica para complementar o cuidado com o aluno.

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